PR3 - Levadas de Jugueiros

As levadas de Jugueiros foi o local escolhido para a última caminhada da temporada, que se realizou no dia 28 de Junho findo. Pelas 7h30 da manhã, partindo do Café Vitral, o grupo de caminheiros, munido de mochilas e lancheiras, iniciou a sua jornada partindo em autocarro em direção a Felgueiras.

Depois de uma leve paragem em Vila do Conde, para recolher uns companheiros, chegamos ao local onde se iniciaria a caminhada, o Largo do Assento, onde foi possível admirar algumas das casas senhoriais que caraterizam a freguesia de Jugueiros. Uma vez que o almoço ia decorrer na Casa do Povo de Jugueiros, onde se partilhariam as iguarias que cada um preparou para o efeito, foi necessário retirar do autocarro os sacos, as lancheiras e os baldes com o gelo necessário para manter as bebidas bem frescas para acompanhar o repasto.

Sob um sol que se adivinhava abrasador, começamos o trilho junto à Igreja Românica do Assento - que não foi possível visitar por se encontrar fechada - subindo em direção às levadas.

O trilho apresentava-se muito bem tratado e de fácil acesso e o curso de água fresca e transparente, a par das sombras que iam surgindo ao longo do percurso, faziam-nos sentir animados para enfrentar o calor intenso que se já se fazia sentir.

Ao longo do percurso, que alternava entre espaços de terra batida, passadiços e calçada medieval, fomos avistando alguns moinhos, quedas e espelhos de água, transpondo cancelas, atravessando áreas alcatroadas, avistando casas isoladas nos vales, deparando-nos com uma maravilhosa paisagem natural, que não deixa indiferente quem quer que passe por ali. E, pelos vistos, são muitos, já que nos cruzamos com alguns grupos de caminheiros e também de banhistas que, aproveitando o calor do dia, se foram refrescar nas águas da cascata de Barrias e descansar no seu parque de merendas. As pontes e açudes do Rio Bugio e do Rio Ferro a a ponte medieval de Travassós são pontos de referência neste percurso.

Foi também no parque de merendas de Barrias que fizemos mais uma pausa, desta vez mais prolongada, para nos refrescarmos e retemperarmos as forças para enfrentarmos os últimos quilómetros do percurso, um pouco mais lentos e penosos quer pelo cansaço quer pela escassez de sombras.

Por fim, lá chegamos à Casa do Povo de Jugueiros, local onde iria decorrer o almoço. Os primeiros a chegar encarregaram-se de preparar a mesa e, perante tão variado manjar, ninguém se fez rogado. Difícil foi, pelo menos para mim, escolher o que provar, tanta era a variedade, a quantidade e o excelente aspeto de tudo que se encontrava na mesa. Já bem reconfortados com o lauto almoço e esquecidos do calor e do cansaço, foi feita uma merecida homenagem ao Miguel Moreira, mentor do grupo, com a oferta de uma placa. Houve, ainda, o habitual batismo a mais uma companheira que aderiu ao grupo, a Zita, que teve que cumprir o ritual e beber, de um gole, a aguardente da praxe, tendo sido chamado de seguida o Ernesto Paço para ser rebatizado pela antiguidade como elemento de grupo, pois, tal como diz o ditado “a antiguidade é um posto”. Bem merecido.

Para concluir, cabe-me referir que é sempre um grande prazer acompanhar este grupo seja para fazer um trilho, passar uma noite na serra para ver o pôr e o nascer do sol, ou qualquer outro momento de convívio, evidenciando a importância das relações de amizade, do entusiasmo pela descoberta e do bom ambiente gerado por todos, que tornam estes momentos únicos e memoráveis.