Pelas Margens do rio Vez II

Foto do grupo Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos

Data 10-10-2015
Localização Sistelo
Hora de início 08:34
Hora do fim 13:14
Tempo total 4h 40m
Distância total 11.8 km
Participantes 15

Face às condições de tempo previstas para o fim de semana, muito condicionadas pela passagem dos restos do furacão Joaqim , que entretanto passou a depressão extratropical, a expectativa era de chuva ainda da parte da manhã, ventos fortes e muito fraca visibilidade nas terras altas, pelo que havia que optar por um percurso alternativo.

Depois de um breve briefing matinal, a opção recaiu na Ecovia do rio Vez, no troço compreendido entre a Ponte de Vilela, onde terminamos a atividade de 2015-06-27 (veja aqui) e a belíssima aldeia de Sistelo.

Depois de assegurar a logística necessária, iniciamos o percurso junto da ponte medieval de Vilela, situada no lugar de Sub-Igreja na freguesia de Vilela, concelho de Arcos de Valdevez, que liga as freguesias ribeirinhas de Vilela a Aboim das Choças.

Pouco depois de iniciar a subida do rio Vez, fomos surpreendidos pela grande destruição que a nova ecovia sofreu com as recentes chuvadas. Embora não tenham sido muitas na nossa zona, nestas terras serranas, as torrentes de águas de montanha provocaram fortes enxurradas e estragos.

Vimos assim extensos troços de novos passadiços tombados e mesmo completamente destroçados, alguns arrastados várias centenas de metros, rio abaixo pelas torrente e amontoados nas bermas.

Quem projetou os passadiços e as cercas, não teve em devida conta o leito de cheia do rio, pelo que os estragos eram inevitáveis, só que esta nova infraestrutura teve uma duração demasiado efémera, pois foi inaugurada há menos de 6 meses e foi já muito danificada, logo nas primeiras chuvadas de Outono.

Que desperdício! É o nosso dinheiro a ser levado na torrente!

Agora há que repensar o traçado e os materiais a utilizar na sua reposição, especialmente nas curvas mais fechadas do rio e a jusante do encontro das águas do Vez com as do Cabreiro.

Mas lá fomos até ao Poço das Caldeiras, local onde nos vimos obrigados a deixar as margens do Vez, passando o percurso a ser feito a um nível bem superior, fugindo a uma zona de difícil acesso.

É um trecho pouco interessante, em que é utilizada uma estrada municipal, mas um pouco mais à frente retomamos as margens do Vez para não mais a largar até Sistelo.

O percurso é especialmente interessante na proximidade de Sistelo, em que os longos passadiços de madeira estão encavalitados nas arribas, debruçados num serpentear sobre o Vez.

Chegados a Sistelo pudemos verificar o esforço que tem sido posto na requalificação da aldeia, tanto na recuperação de diversas casas medievais, como do seu ex-libris - Castelo de Sistelo.

O "castelo", que foi edificado em meados do século XIX pelo primeiro visconde de Sistelo, Manuel Gonçalves Roque, é um palácio revivalista de planta retangular, com duas torres com ameias a ladear o frontispício e um jazigo neogótico.

A Junta de Freguesia está a recuperar o espaço, pese a disputa judicial que mantém com os os alegados herdeiros dos antigos proprietários do castelo, que depois de saberem das primeiras obras, avançaram para os tribunais, reivindicando a sua titularidade.

Independentemente do resultado da contenda, louva-se a recuperação já levada a cabo, que o salvou da completa ruína e abandono a que estava votado.

A refeição foi no adro da igreja, com um destaque muito especial para o 50º aniversário do companheiro Carlos Rocha, que teve direito a bolo de velas, pão-de-ló caseiro, café, espumante e digestivo! Um luxo inesperado neste fim-do-mundo, mas que foi muito animado, encerrando com um coro afinado de celebração do importante evento.

Como acabamos cedo, aproveitamos a deslocação para uma visita ao recém recuperado Paço da Giela, uma preciosidade do século XI, que é um dos mais interessantes exemplos de habitação nobre em meio rural e teve a ventura de ter resistido até aos nossos dias.

A recuperação foi exemplar, tendo o grupo apreciado muito, quer a apresentação proporcionada pela simpática guia, quer pelas apresentações temáticas multimédia.

José Almeida Vianatrilhos