Santiago de Compostela - Dia IV

Foto do grupo Vianatrilhos
Caminho de Santiago realizado fora do âmbito das atividades calendarizadas do grupo Vianatrilhos, mas que nela teve papel importante, quer na preparação, quer na elevada participação.

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos

Data 27-10-2012
Localização Santiago de Compostela
Distância total 29,3 Km
Participantes 40

No último percurso acabamos em Figueirido, depois termos feito um dos troços mais belos do Camino Portugués, a “Vrea Vella da Canicouba”.

Este antiquíssimo caminho foi frequentado desde as épocas mais remotas e onde podemos perceber as profundas marcas das rodas dos carros nas velhas lousas, leva-nos até onde se encontram os restos (só resta a base) do Cruzeiro de Cacheiro, situado sobre umas pedras numa velha e histórica encruzilhada que também conduz os romeiros que se dirigem à romaria de Nuestra Señora de Amil.

Começamos a descida, até aos férteis vales de Alcouce e Boullosa, até Figueirido, seguindo para a Santa Marta e por Santa Columba de Bértola, aproximamo-nos já de Santa Marta de Ganderón seguindo o vale do Tomeza. A humilde Capela de Santa Marta indica-nos o bom Caminho, para chegarmos em cinquenta metros à estrada de San Andrés de Figueirido a Pontevedra.

Prosseguimos passando o Pobo, Tomeza, Ponte Condesa e Ponte Couto onde atravessamos a estrada de Marcón e entramos em Pontevedra, a antiga Pons Véteris.

Depois de passarmos sob a linha do caminho de ferro e contornar à direita encontramos, desse mesmo lado, no alto da rampa de veículos o albergue de peregrinos.

Saímos do albergue de Pontevedra, encaminhando-nos pela Rúa Virxen do Camiño até a sua Capela na Praça da Peregrina, continuamos seguindo a Rúa Soportales, Rúa Real e Rúa del Puente que nos deixam na “Puente del Burgo” na saída Norte da cidade.

A duzentos metros da ponte seguimos à esquerda pela Rúa da Santiña. Seguimos paralelos à linha do caminho de ferro até Pontecabras deixando à esquerda o rio Cabras.

Cruzamos aqui a linha do caminho de ferro por um túnel inferior. Prosseguimos numa suave subida até alcançarmos a Igreja de Santa María de Alba com uma imagem do Apóstolo no cemitério. Estamos próximos do antigo lugar de Goxilde onde o Arcebispo Xelmírez descansou com as suas hostes no caminho de Compostela, depois de efectuar o famoso “Pío Latrocinio” de relíquias em Braga.

A deslocação que Gelmírez realizou a Portugal, em 1102, teve um carácter acentuadamente político. Foi durante a viagem que ocorreu o roubo das relíquias mais prestigiadas da Sé de Braga – os corpos de S. Frutuoso, S. Cucufate, S. Silvestre e Santa Susana –, que é conhecido como Pio Latrocínio. Com o desvio para Santiago, procurou-se atrair o fluxo de fiéis à Galiza e. ao mesmo tempo, bloquear as peregrinações a Braga, que havia recuperado a dignidade metropolitana que Compostela invejava e desejava.

A aproximadamente 500 metros chegamos a San Caetano, muito perto da modesta Capela de São Caetano.

Seguimos passando as aldeias de Liborei e Castrado e embrenhamo-nos no bosque onde uma antiga e bellísima “pontella” num local chamado “Pozo Negro” (sobre o Rego del Pozo Negro), dá passagem para iniciarmos uma suave subida até encontrarmos de novo a linha do caminho de ferro que cruzamos, e continuando sempre a subir chegamos ao Lombo da Maceira para entrar na aldeia de San Mauro (lugar donde historicamente se efectuava a muda de cavalos).

Prosseguimos por uma estrada solitária e passamos a San Mamed de Portela, com um antiguo cruzeiro que indica o bom Caminho. Seguimos para um encontro com um dos lugares míticos do caminho português, Ponte Valbón e o Cruzeiro de Amonisa, desde onde Santiago no fuste nos indica o Norte olhando para Compostela.

Ao Km 60 sobre a esquerda e no alto, podemos observar a Igreja de San Martiño de Agudelo (românica).

Seguimos atentos a sinalização a partir deste ponto o traçado converte-se num contínuo zig-zag pelas invasões sofridas por propriedades de particulares até encontrarmos a N550 à altura de Monllo.

A Capela de Santa Lucía, tira-nos da estrada e leva-nos por entre pradarias e vinhedos e sem notarmos estamos em Tibo que tem uma boa fonte e soberbo cruzeiro na saída da aldeia.

Muito próximo Caldas de Reis recebe-nos com o pórtico românico de Santa Mariña de Caldas e depois de transpormos a ponte sobre o rio Umia, a trinta metros, seguimos à esquerda para o casco antigo de Caldas de Reis.

José Almeida Vianatrilhos