De Mezieiro a Montedor

Foto do grupo Vianatrilhos
O percurso iniciou-se junto à Capela da Senhora da Misericórdia em Outeiro e subimos em direção do marco geodésico (Talefe) à altitude de 550 m, continuando depois em plena Chão, com o mar à vista, para o “viveiro”, onde decorreu a pausa para o almoço. Refeitos do esforço físico despendido e renovadas as forças para caminhar, seguimos na direção da “Porqueira”, outro marco geodésico, e depois descer pelo Caminho da Costa do Monte sobranceiro a Carreço passando pelo Alto do Mior no sítio da "Bandeira", com vista deslumbrante para o mar. Esta Caminhada integrou-se nas comemorações do 23º Aniversário da EDV - Escola Desportiva de Viana, com um percurso de 16 Km e um grau de dificuldade suave. No fim houve mais um “Ensaio do Rancho” gastronómico e musical.

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos

Data 08-05-1999
Localização Chão
Distância total 18 km
Participantes 43

Chã

Designação popular da “chã”, planalto da Serra de Stª Luzia, que abrange terrenos particulares e baldios das freguesias de Carreço, Afife, Outeiro, Areosa e Perre. A sua altitude média é superior aos 400 metros e a área ultrapassa os 500 ha, constituindo um recetáculo natural para a água das chuvas que vão dar origem aos regatos e ribeiros que se dirigem às bacias do Âncora, do Lima ou diretamente ao mar.

A Chão foi desde tempos muito antigos utilizada para o pastoreio dos gados das freguesias confrontantes, assim corno fornecedora dos matos necessários para o fabrico de estrumes, fertilizante orgânico e natural para as terras agrícolas da região.

O clima agreste da zona, com ventos frios e húmidos durante grande parte do ano, o pastoreio intensivo e também os incêndios, nunca deixaram estabelecer na Chão uma vegetação arbórea importante, pelo que a paisagem é dominada pelas penedias, conferindo um aspeto selvagem aos horizontes limitados pela Serra d'Arga, ao Nascente e o Atlântico ao Poente.

O ponto mais alto da Chão está situado no marco geodésico de 1ª categoria, conhecido por Talefe", ou "Guarita de Couço", a 550 m sobre o nível do mar. Esta torre foi reconstruída no final dos anos 30, com areia e cimento transportados por carros de bois, a partir de Carreço, pelo Sr. Joaquim da Casa da Boroa.

Durante o período do Regime Florestal existiu na Chão um Viveiro destinado à produção de plantas para o povoamento da serra. Desse local ainda hoje encontramos vestígios e construções em ruínas.

No início dos anos 40, em pleno período da 2ª Grande Guerra, a Chão foi esburacada por centenas de pessoas que extraiam do subsolo o minério para a obtenção do estanho, procurando assim um rendimento que a agricultura pobre da região não permitia.

Hoje em dia a Chão está ameaçada por atividades humanas destruidoras do equilíbrio natural, facilitadas pelas estradas e caminhos que a cruzam, permitindo um tráfico automóvel intenso e indisciplinado.

Os Amigos da Chão propõem-se lutar pela preservação deste autêntico santuário natural, dando a conhecer aos jovens locais emblemáticos como a Porqueira, a Chão de Chaves, as Bouças da Pereirada, Moladães e tantos outros que constituíram para os nossos antepassados o seu Universo, e ao mesmo tempo restabelecer com as populações das localidades vizinhas o intercâmbio que outrora existiu, relacionado com as atividades agrícolas na montanha.

Miguel Moreira Vianatrilhos