2023-05-06 Passadiços do Orvalho

Desta vez fomos até ao distrito de Castelo Branco para fazer os muito badalados Passadiços do Orvalho, situados no concelho de Oleiros, mais precisamente na freguesia do Orvalho, que lhe dá o nome. Estes passadiços estão inseridos na área do Geopark Naturtejo e prometiam “proporcionar uma das paisagens mais bonitas da Beira Baixa com um conjunto de geomonumentos classificados pela UNESCO, como a Cascata da Fraga de Água d´Alta e o Cabeço do Mosqueiro”.

Desta vez sem qualquer atraso, às 07:00 saímos do Vitral e, depois de apanhar os participantes do Porto em Perafita, rumamos diretamente a Orvalho para fazer o trilho dos “Passadiços do Orvalho”, também identificado como “Georota do Orvalho”.

Começamos no centro da aldeia, tendo em primeiro lugar passado na “Igreja Matriz do Orvalho”, dedicada a São Bartolomeu e datada de 1939.

Um pouco adiante fizemos uma curta pausa, para a foto de grupo, na “Torre do Relógio” ou “Torre sineira”, curiosa construção implantada bem no centro de uma pequena praça. A torre fez parte integrante da primeira Igreja Matriz (Igreja Velha) com o campanário de Nossa Senhora de Fátima, entretanto demolida.

Depois de deixar a aldeia escolhemos seguir o percurso no sentido dos ponteiros do relógio, rumando à “Cascata da Fraga da Água d’Alta” percorrendo caminhos rurais, que nos proporcionaram a vista da aldeia com o enorme maciço rochoso do Cabeço do Mosqueiro a servir de pano de fundo, recordando-nos que essa seria com certeza a maior dificuldade deste percurso.

Chegados à cascata, descemos pelas escadas, em primeiro lugar erradamente para a parte de trás da cascata, para depois as voltar a subir e descer, já pelo caminho correto para a sua base, onde fizemos a já merecida pausa para almoço.

A cascata é um encanto pelo seu enquadramento natural, com árvores frondosas ao redor e com a água a transpor os 25m de desnível, vencidos por uma sucessão de três véus de água turbulentos e crepitantes. Foi neste local idílico que metemos qualquer coisa à boca e o mais aventureiro Cocas se refrescou junto à queda de água da cascata. Não houve mais corajosos a entrar na água bem fria da cascata.

Findo o frugal almoço, iniciamos um troço ao longo do ribeiro da Água d’Alta que vai decorrendo ora pela margem direita, ora pela esquerda, sempre muito perto das águas calmas do ribeiro, rompendo uma flora primaveril, com luxuriante palete de cores.

Foi neste cenário encantador, que tivemos o percalço da queda da Fernanda Abreu, que ao sair de um dos pequenos pontões que fazem a travessia do ribeiro, desequilibrou-se caindo mal sobre uma perna, acabando por torcer o pé.

Foi prontamente socorrida pela Nadine, simpática jovem alemã que seguia na altura a seu lado em animado diálogo e que se nos juntou neste troço do percurso, aproveitando a companhia do nosso numeroso grupo, desde a cascata.

Foi um momento de aflição para todos, especialmente para a Fernanda, que foi prontamente socorrida pelo Cocas, que lhe valeu com os primeiros socorros e o spray milagroso da Manuela para evitar mais o inchaço que começava a ser bem visível.

Felizmente, após algum tempo de paragem, verificamos que a entorse era ligeira, pelo que continuamos pelas diversas pontes do regato para a Lagoa das Lontras.

Chegamos à Lagoa das Lontras, onde se localiza também um moinho em ruinas. Aí houve um ligeiro engano, pois continuamos a seguir o curso de água, pelo que tivemos que retroceder, pois não é esse caminho certo, mas sim virar à direita e iniciar uma exigente subida em direção ao cruzamento onde tínhamos passado anteriormente, antes de descer para a cascata.

Aí a simpática Nadine deixou a nossa companhia, seguindo sozinha o percurso, pois tinha pressa em regressar e o nosso andamento era lento, pois seguia connosco a lesionada Fernanda, que queria ficar mesmo ali no cruzamento, para esperar pelo transporte de regresso a Orvalho.

Como não havia contacto com o motorista, a alternativa foi continuar mais um pouco, descendo para o ribeiro do Orvalho e então cruzar o ribeiro, deixar o percurso e seguir a direito para a aldeia.

Não foi sozinha, pois alguns dos caminheiros optaram por também encurtar o percurso, não continuando para os passadiços de acesso ao ribeiro e depois ao miradouro do Mosqueiro, que aparecia imponente do outro lado do ribeiro, mais ao fundo.

Continuamos a ladear o ribeiro do Orvalho, percorrendo um complexo passadiço, que subia e descia ao longo da margem esquerda do ribeiro, descendo finalmente para o cruzar no Forno das Mouras, seguindo depois pela margem direita até um moinho que ostentava os versos “Moinho que estás cantando / A tua velha canção / Contente porque vais dando / Farinha p’ro nosso pão / Gira o rodízio sem descansar / Á volta a espuma da cor do mar / A água salta sempre a correr / E a mó da pedra sempre a correr”.

E é junto a este sombrio moinho na margem da Ribeiro do Orvalho que começava a “desgraça” da subida do longo escadório para o Cabeço do Mosqueiro.

O primeiro lanço foi subir até à estrada nacional 112, onde se fez uma primeira paragem para ganhar alento para o restante escadório, que se apresentava à nossa frente, como que subindo para o céu!

Foi o final escolhido para mais alguns dos companheiros, que cheios de calor e esbaforidos pelo esforço, preferiram esquecer o miradouro e aqui antecipar o regresso ao Orvalho.

Mas muitos foram os valorosos que nem hesitaram e seguiram em frente, subindo sempre, só parando nos miradouros intermédios, um dos quais com baloiço, que agora é moda colocar por todo o lado.

Chegou-se finalmente ao Miradouro do Cabeço do Mosqueiro, que dita o final do percurso “oficial” do percurso marcado. Este Miradouro do Orvalho no topo do Miradouro do Cabeço do Mosqueiro oferece uma vista de 360 graus incrível. Valeu o esforço dos que treparam o interminável escadório!

Depois foi descer para Oleiros até rotunda da EN 112 com o acesso a Orvalho, onde nos esperavam todos os “desistentes” que afogavam as mágoas com refrescos numa esplanada junto à bomba de gasolina.
Acabamos aqui os “Passadiços do Orvalho” tendo depois seguido para Oleiros, onde jantamos e pernoitamos no Hotel Santa Margarida.

 

José Almeida
Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2023-05-06
Hora de início11:30
Hora do fim17:11
Tempo total do percurso5h 40m
Velocidade média deslocação2,3 km/h
Distância total linear10,0 km
Distância total10,2 km
Nº de participantes37

Esta atividade está no

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Passadiços do Orvalho