Depois de muitos dias de chuva, o sábado apresentou-se ensolarado, o que aliado à amena temperatura, se adivinhava propenso para esta caminhada no Gerês.
O percurso foi baseado no PR14 - Trilho do sobreiral da Ermida do Gerês, apenas com a variante de ir à Ponte da Pigarreira e às quedas de água de Tahiti, sempre espetaculares nesta época do ano.
Partimos da Ermida, freguesia de Vilar da Veiga, concelho de Terras de Bouro e subimos a bom subir até à Cascata do Arado, fazendo o desvio para a apreciar em pleno, o espetáculo das águas revoltas do Arado precipitando-se pela penedia, mesmo defronte do miradouro do mesmo nome.
Depois de uma breve pausa, recomeçamos a subida até ao Curral da Malhadoura, com o seu abrigo encravado nas chochas e fonte de água cristalina que brota debaixo de enorme mole granítica, outrora usado para confinar o gado que pastava nestas paragens.
Iniciamos de seguida a descida de uma encosta virada a sul, protegida dos ventos dominantes, que deu o nome a esta caminhada - o Sobreiral da Ermida, em que os seculares sobreiros se combinam harmoniosamente com medronheiros, coloridos com vermelhos frutos, vidoeiros e alguns castanheiros, também carregados de verdes ouriços, quase maduros nesta época do ano.
É um troço realmente interessante e digno por si só de uma visita, pois a ancestral flora a isso justifica.
Mas havia que seguir e descemos até à Ponte da Pigarreira, onde aproveitamos um providencial grupo de mesas, para fazer a frugal pausa de almoço.
Afinal não foi assim tão frugal, pois os merendeiros eram variados e havia que retemperar as forças devidamente, já que a parte de tarde também nos reservava algumas dificuldades a vencer.
Visitamos depois a ponte do rio Conho ou rio do Poço Azul, que aí se encontra com o Fafião. Há quem chame a esta parte do rio de rio Toco, em homenagem ao monte que fica do lado esquerdo do encontro do rio Fafião com o Cávado.
Não seguimos depois o trilho marcado e fizemos novo desvio até às cascatas de Tahiti, o que também mereceu bem a pena, para apreciar a beleza das sucessivas quedas do Arado nas sua corrida serra abaixo e a sua reunião com o Fafião.
O caminho de acesso, meio escondido entre as silvas e giestas é bastante perigoso, mas indo com cuidado, vale bem a pena descer, para observar os moinhos e as espetaculares cascatas combinadas do Arado e Fafião.
Retomamos depois o percurso marcado e começamos a longa subida de regresso à Ermida, cruzando densa área florestal, que se foi desvanecendo com a proximidade da povoação, até atingir o centro da aldeia, onde finalizamos mais esta incursão nas paragens do Gerês.
O regresso foi pela Pedra Bela, local emblemático do Gerês, onde tivemos uma última oportunidade de espraiar as vistas pela albufeira da Caniçada, confluência do Caldo com o Cávado, local que os antigos dizem “que foi a mão divina que aqui a colocou, como que uma peça num presépio, perfeita e imponente”.
Até à próxima
José AlmeidaInformação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2014-10-11 |
Distância | 17,8 Km |
Tempo de deslocação | 05h 33m |
Tempo parado | 01h 19m |
Deslocação média | 3,3 Km/h |
Média Geral | 2,7 Km/h |
Nº de participantes | 25 |