Esta ida ao Parque Transfronteiriço estava nos nossos planos já há algum
tempo, mas foi o Mesquita e seus primos, que acabaram por a propor ao grupo,
pelo que aproveitamos a deixa, para a levar a bom porto.
O percurso previsto era percorrer o trajeto, em que São Frei Gonçalo Coelho
entregou a alma ao criador, que liga Guende a Pitões das Júnias.
Partimos muito cedo de Viana e às 09:30 lá estávamos todos em Guende.
Todos todos não, pois os guias Mesquitas, procedentes de Pitões, apareceram logo a seguir.
Começamos logo a subir, fazendo um pequeno desvio para apreciar um imponente “fojo de cabrita”, para captura do lobo, com dimensões muito acima de outros já nossos conhecidos, que nos fez recordar a arte de atrair a fera, usando uma cabra como engodo.
A subida continuou para as “Lamarellas”, onde está o tosco cruzeiro de troncos, que identifica o local onde teria sido encontrado o corpo de São Frei Gonçalo Coelho, segundo reza a lenda, “de joelhos e olhos e mãos levantados aos céus”.
Tempo para uma prolongada pausa, utilizada para improvisados canteiros, assinalarem a marreta e cinzel, no duro granito da base da cruz, o nome do santo, identificando assim aos futuros caminheiros, a figura muito venerada pelas povoações raianas, que durante séculos, fizeram peregrinações ao túmulo de São Gonçalo, “bondoso intermediário entre Deus e os homens”, no mosteiro de Pitões das Júnias.
Depois de vários companheiros ensaiarem as suas habilidades como canteiros, sem porem em causa os delicados dedos, houve ainda tempo para a foto de grupo e algo para retemperar forças.
Mais à frente chegamos a “Entre as Fragas” e iniciamos a descida para o “Curral da Igrexa”. Foi nesse troço que o grupo se dividiu, tendo a maioria seguido os guias Mesquita, como é norma, tendo contudo outros optado por seguir, a meia encosta, pela vertente contrária.
Esta divisão acabou por se tornar problemática, pois havia dúvidas em que grupo ia este ou aquele, gerando atraso na progressão, perfeitamente ultrapassáveis, caso tivéssemos seguido todos juntos.
Nestas coisas, guia é guia!
Mas, valha-nos os telemóveis, já que os rádios ficaram no mesmo lado! Com uns telefonemas a coisa resolveu-se e o grupo reuniu-se mais à frente, junto ao “Monte de Rechao”, tendo a pausa para almoço ocorrido numa sombra junto dos “Penedos de Moromba”.
De tarde cruzamos a fronteira, junto ao marco 219, tendo a “Fraga da Espinheira” como pano de fundo, iniciando a penosa subida da “Lomba”.
As vistas nas nossas costas eram magníficas, com o “coto das Gralleiras” e a célebre “Fonte Fria”, imponentes pilares, no horizonte serrano do Gerês.
Foi na encosta da “Gralleiras”, que divisamos pelo menos uma, das célebres cabras que repovoam o parque inter-fronteiriço. Foi um acontecimento raro e inesperado, muito apreciado por todos, pois estes animais muito raramente são vistos, pois fogem ao mínimo sinal de presença humana.
Depois da subida… veio a descida, para a “Portela de Pitões”, feita por caminho que ladeia a linha fronteiriça, tendo apanhado o autocarro no tanque de “Lamas da Portela”.
Tempo para ir até Pitões, comprar pão e levar qualquer coisa à boca no Preto, Já que desta vez não houve lanche organizado. Foi uma pena!
Mas era tempo de regressar a casa!
Um agradecimento final aos Mesquitas, que nos guiaram sempre em segurança e nos deram a conhecer mais um belo percurso.
José AlmeidaVianatrilhos
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2013-10-12 |
Tempo de deslocação | 05h 21m |
Tempo parado | 01h 22m |
Deslocação média | 2.46 Km/h |
Média Geral | 1.96 Km/h |
Distância total linear | 12.6 km |
Nº de participantes | 27 |