Começamos em Caldas de Reis, a Aquae Celenis do Itinerário Antonino (via romana), banhada pelos rios Umia e Bermaña, junto da igreja de Santo Tomás Becket, único templo galego dedicado ao santo arcebispo de Canterbury, assassinado no interior da sua catedral, ao pé de um dos altares, por cortesãos do rei Enrique II de Inglaterra, quando fazia uma paragem na vila de Caldas, numa peregrinação a Santiago.
A ponte sobre o rio Umia aproximou-nos da fonte de águas
termais que dão nome à vila desde a época romana. Como em muitos
outros lugares da Galiza, Caldas possui águas termais de grande
qualidade. Celtas e romanos ficaram aqui, graças aos benefícios
hídricos do lugar. Os romanos chamaram-na “Aquis Celenis” e
constitui uma das paragens habituais para os peregrinos, que
aproveitam as propriedades curativas das águas, para tomar um
repouso no caminho.
Seguimos pela rua Real e cruzamos a Ponte Bermaña, peça medieval
de enorme encanto, alcançamos o vale do rio Bermaña.
O Caminho atravessa o vale envolto em bosques centenários, e
inicia uma suave subida para chegar ao conjunto de Santa Maria
de Carracedo, constituído por igreja, casa reitoral e espigueiro
(hórreo). Depois continua pelos lugares de Casal de Eirixio e O
Pino e penetra de novo em bosques profundos.
Depois de agrupados, seguimos para San Miguel de Valga.
Deixando a Este os lugares de Pedreira e Cimadevila, deixamos
atrás Valga e atravessamos as aldeias de Cabaleiro e Fontenlo
para chegar, através de pinheiros, a Condide.
Depressa alcançamos Infesta, em Cesures. Pela rua de Coengos, a igreja românica de San Xulián de Requeixo indica que estávamos já próximos da ponte de Cesures – Caesarobriga o Caesarobrix, obra de origem romana, com restos do século XII, muito reconstruída e restaurada nos seus dois mil anos de história.
Passada a ponte, a rota continua até Padrón. Na outra margem do rio, o Caminho conduz à celebre vila onde atracou a barca que conduziu o corpo de Santiago o Maior desde Jaffa (Palestina).
Entramos em Padrón junto ao mercado municipal. Ao fundo da
alameda a igreja de Santiago de Padrón, de austero
neoclassicismo, guarda testemunhos dos tempos precedentes, um
púlpito gótico, com a imagem de Santiago Peregrino, pertencente
à igreja do século XV que mandou construir o arcebispo Lope de
Mendoza.
Guarda debaixo do altar a peça mais jacobeia da vila: o Pédron,
na qual, segundo a tradição, se amarrou a barca que transportou
o corpo do Apóstolo e os seus dois discípulos Tedoro e Atanásio.
O Caminho cruza as ruas de Padrón, mostrando ao Peregrino o
seu património histórico. Um dos edifícios mais notáveis é o
convento de Carmen, construído entre 1717-57 sobre um
promontório, do outro lado do rio Sar.
A seus pés está a fonte de Carmen, em cuja frente se lavrou a
cena da transladação do corpo do Apóstolo de Jaffa para Iria
Flavia. No seu cimo está representado o baptismo da rainha Lupa
por Santiago o Maior, cena que evoca a evangelização destas
terras pelo Apóstolo.
José Almeida
Vianatrilhos
Santa Mariña de Carracedo | San Miguel de Valga |
San Xulian | Ponte de Cesures |
Igreja de Santiago de Padrón | Pédron |
Convento de Carmen | Ponte de Padrón |
Albergue de Padrón | Fonte de Carmen - Padrón |
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2012-11-03 |
Tempo de deslocação | 04h 42m |
Deslocação média | 4,5 Km/h |
Distância total linear | 21,4 Km |
Nº de participantes | 40 |
Caldas de Reis |
Valga |
Pontecesures |
Padrón |