2012-03-10 Serra da Nó - Suas Lendas e Tesouros

Introdução:

Alcandorada sobre o vale do Lima, com as terras pingues da Facha, Seara, Vitorino das Donas, Correlhã, Fojo Lobal e Vitorino dos Piães a contemplá-la cá do fundo, ergue-se o Monte da Nó.

Miradouro de rara beleza instalado na altitude de aproximadamente 570 m .proporciona talvez uma das mais belas vistas sobre a ribeira Lima e terras em redor, tendo e não admira, que os límicos de remotas eras o tenham povoado e os romanos até ali hajam subido também, criando uma povoação florescente, como o atestam as ruínas encontradas ao longo do mesmo.

Mais tarde, vieram os Árabes e foi sob o seu domínio que o Monte da Nó atingiu o máximo esplendor.

Outrora toda esta zona tanto nos vales como na serra, foi sem dúvida importante em termos ocupacionais, no período romano e seguintes, atestando-o a presença de uma via Romana secundária que liga Barcelos a Ponte de Lima.

Porém, se a ocupação do vale e meia encosta é grande nesta altura, o mesmo poderemos afirmar já da Idade do Ferro, cujas populações estabeleceram uma série de «habitats» ao longo da vertente oriental da Serra da Nó, tal como o comprovam os restos de vários Castros nela inseridos, sendo que esses mesmos povos se dedicavam à extracção de minérios, a atestar os restos de explorações mineiras nela semeadas.

Também a passagem desses mesmos povos marcaram esta zona, deixando até aos dias de hoje várias lendas, sendo a mais conhecida a “lenda da Serra da Nó” cujo jovem rei moiro Abakir se deixou apaixonar pela beleza de uma pastora de nome Zuleima.

Tudo isto e sobre o lema “Percorrer para Conhecer” reuniu cerca de 47 caminheiros que se dispuseram a subir ao alto da Nó, e a “mergulhar” nas ruínas de antigas minas de ouro e estanho.

O Percurso:

“Normalmente para escrever a crónica de uma actividade realizada não é fácil arranjar quem se disponha a tal, ficando assim reduzido o leque de voluntários. Seria bom diversificar essa tarefa até para que a forma de escrita seja mais diversa e se dê oportunidade de sem grandes textos outros possam contribuir com a sua escrita”.

Sábado dia 10 de Março, 08H15, lá foram aparecendo todos aqueles que estavam curiosos por ir conhecer o percurso a realizar.

Vão chegando os companheiros (as) e as conversas vão-se pondo em dia com a satisfação de mais uma vez nos podermos reencontrar.

Partimos em direcção de Ponte de Lima onde mais companheiros nos esperavam, rumando então a Fojo Lobal, freguesia limiana situada a 11 km da sede do concelho, e cujas primeiras referências Paroquiais remontam a Setembro de 1169, data em que Nuno Fernandes doou á Sé de Braga parte das igrejas da Facha, Cabaços, Fojo Lobal e S. Mamede de Sandiães do concelho de Ponte de Lima.

Em termos administrativos, Fojo Lobal pertenceu, em 1839, à comarca de Braga e, em 1852, à de Ponte de Lima.

O local escolhido para início do percurso foi o adro da capela de Nossa Senhora da Conceição, cuja festa se realiza no ultimo Domingo de Agosto, local em que foram estacionadas as viaturas.

Mochilas nas costas prontos para partir, mas eis que se verifica a falta do João Tovar, que connosco vinha seguindo. Faz-se um telefonema e o mesmo havia-se perdido e andava à procura de rumo. Orienta-se o mesmo e espera-se um pouco pois que não há que deixar ninguém para trás. Logo depois chega o mesmo. Eram assim 10H00 quando demos corda ás botas e iniciámos o percurso.

Após algum tempo de caminhar, e depois de uma curva, lá bem no alto aparece o Posto de Vigia do alto do Monte da Nó, objectivo que foi atingido, e que no alto, bem junto do geodésico deixou logo a impressão de ter valido a pena o esforço para cá chegar. Durante o tempo que aqui permanecemos, houve oportunidade para confirmar ser este talvez um dos mais belos miradouros sobre o vale do Lima.

Após a descida seguimos através de um estreito carreiro por entre mato rasteiro, subindo e descendo até se atingir o local em que se encontram as “Minas do Monte da Nó” outrora exploradas pelos Romanos segundo Matos Reis, embora o povo as apelide de “Covas dos Mouros”. O mineral explorado é bem possível ter sido o ouro, porém o estanho foi-o também mas na vertente nordeste do Monte do Castelo que lhe fica a poente.

A visita ás minas foi agradável havendo oportunidade para alguns penetrarem no subsolo e visitar algumas das suas galerias.

Empreendendo novamente o caminho, e como a hora do reabastecimento se aproximava, o mesmo foi realizado num alto dominante sobre a freguesia de Vitorino dos Piães e terras em redor.

Após o reabastecimento, passando ao lado do local em que se encontram as ruinas do “Castro Alto de Valadas” o segundo povoamento castrejo mais importante da Serra da Nó. Foi um «habitat» deveras interessante sob o ponto de vista defensivo. Possui cinco muralhas concêntricas e, a Nascente dois fossos a reforçar as duas exteriores. Pena foi,não se puder ver em virtude da alta vegetação que o envolve.

Depois de retomado mais uma vez o percurso, caminhando sempre com vista para o vale de Vitorino, em breve se atingiu o final, junto da capela de N. S da Conceição.

Aqui se fizeram algumas despedidas, pois era dia de futebol, havendo contudo oportunidade para alguns rumarem a Ponte de Lima, e numa casa local se retemperarem as forças.

E pronto por agora é tudo (desta já me safei).

De minha parte, até à próxima que será “Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura”, e cujas inscrições , atenção, serão limitadas.

Miguel Moreira

Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2012-03-10
Tempo de deslocação05h 35m
Tempo parado03h 50m
Deslocação média 2,9 Km/h
Média Geral2 Km/h
Distância total linear11 km
Nº de participantes47