2003-03-22 Corno do Bico - Área Protegida

Este percurso teve início em S. Martinho de Vascões, nas imediações de Paredes de Coura e teve a participação de 78 companheiros.

Depois da concentração de saída junto à igreja de Vascões subimos até à EN 303 e descemos até ao cruzamento da Giesteira.

Cruzamos esse lugar e, pelo meio de compacto bosque, subimos na direcção de Travassos, continuando na direcção do Penedo Grande, onde paramos demoradamente para apreciar as vistas.

Depois foi um último esforço e subimos até ao Corno do Bico, a 889 m sobre o nível do mar, conhecido pela "Sibéria do Minho", pois é onde pousam os nevões com mais frequência.

Depois da dureza da última subida, foi esse o local da encontrado para a foto de grupo, com o posto de vigia por fundo.

Após breve descanso, era tempo de encontrar um sítio para a refeição, pelo que descemos um pouco para apreciar a paisagem para o vale do Bico e instalamo-nos para o repasto, compartido entre todos e que também serviu para o baptismo formal de mais 23 novos caminheiros.

Depois da cerimónia e de muita "água benta" descemos para a Chã do Mouro, onde fomos importunados pelos motociclistas que utilizavam os mesmos trilhos.

Continuamos para Lameira, onde cruzamos a EN 303, tendo depois regressado a Vascões.

Foi um dia bem passado, que terminou em Ponte de Lima num lanche ajantarado, com a participação da maioria dos presentes, abrilhantado pelo acordeão do Alves e, mais para o fim, pela concertina do "Patusco".

José Almeida

Amigos da Chão


Os Amigos da Chão (SIRC), comemoraram o Dia Mundial da Floresta e da Agua, na “Área de Paisagem Protegida do Corno de Bico” (Paredes de Coura)

Caracterização Geral

A Paisagem Protegida de Corno do Bico é um pequeno santuário natural situado nos limites administrativos SUDESTE do concelho de Paredes de Coura. Confronta com A. Valdevez e P. Lima respectivamente. Engloba cinco freguesias (Bico, Castanheira, Cristelo, Parada e Vascões), perfazendo 2174,6 ha, dos quais 25% são matas formadas por Carvalhos e outras folhosas.

A Paisagem é o resultado da multiplicação da cultura minhota por um espaço de rara beleza natural, que o Homem veio intervencionando e moldando de uma forma harmoniosa e simples.

O branco das aldeias foi meticulosamente encaixado na paisagem, contrastando com o verde, armado em socalcos, bordejados por finas sebes de arbustos, que se estendem até aos ribeiros de águas transparentes.

A presença do Homem nestas paragens remonta ao Neolítico, e subsistem ainda nos montes do Corno de Bico e na Chã de Lamas algumas mamoas ou monumentos funerários datados de há 5000 anos..


Fauna, Flora Vegetação.

As características climáticas, edáficas e geográficas da Paisagem Protegida do Corno de Bico, associadas a uma utilização sustentável dos recursos naturais pelas populações ao longo dos tempos permitiram a existência e manutenção de uma vasta biodiversidade.

Dos seus habitates naturais destacam-se os carvalhais de carvalho-alvarinho (Quercus robur), os bosques ripicolas e turfeiras. Associados a uma prática agricola tradicional surgem os prados de feno que possuem uma riqueza e individualidade floristica próprias.

O carvalhal domina a região mais montanhosa da Área Protegida. O clima, marcadamente atlântico, determina o domínio quase absoluto do carvalho-alvarinho (Q. robur) no estrato arbóreo e do azevinho (Ilex aquifolium) no estrato arbustivo. Espécies como o Selo-de-salomão, Na ´mona-dos-bosques, flor-dos-viúvos, Narciso-bravo, Pascoelas e Copos-de-leite são alguns dos herbáceos mais frequentes.

Aliada a toda a diversidade botânica existe uma importante comunidade faunística. Espécies como o Lobo, a Lontra, o Lagarto-de-Água, o Picanço-de-dorso-vermelho, a Víbora de Seoane, a Truta, a Águia-real, a Salamandra lusitânica, a Rã–ibérica, são algumas das espécies de vertebrados que pela sua importância em termos de conservação, raridade ou endemismo contribuem para o elevado valor faunístico da PPCB.”

Texto retirado do desdobrável da Comissão Directiva da Paisagem Protegida do Corno de Bico Site: www.cm-paredes-coura.pt

Foi assim este o pretexto para que no passado dia 22 de Março, com a brisa fresca das 07h30 da manhã, cerca de 78 caminheiros rumassem a “Terras de Coira”

Feito o abastecimento com pão fresco, seguimos em direcção de Ponte de Lima rumo a Castanheira. Pelo caminho a paisagem é deslumbrante, com o Minho a mostrar-nos neste recanto um pouco da sua beleza. Na retina fica-nos o serpentear da estrada ao longo do vale da Labruja e Rendufe até Labrujó, e depois no trajecto entre Castanheira e S. Martinho de Vascões a beleza da geometria do verde dos campos e lameiros murados.

S. Martinho de Vascões dista cerca de oito quilómetros da sede do concelho, foi aqui junto da igreja paroquial que teve início a nossa caminhada. Espanto foi para os locais verem manhã bem cedo chegar tanta gente, sendo por isso motivo de conversas. Acomodam-se as mochilas e faz-se a partida, lá ao longe bem no alto avista-se o objectivo “O Corno de Bico” nosso destino, com a grande mancha arbórea que dele vai descendo.

“Bom dia” é a frase mais pronunciada no cruzar com os naturais, o grupo alonga-se, passando pelos pequenos lugares de “Branda” e “Giesteira”, aqui sentimos o cheiro do trabalho do campo, pois estão retirando o estrume das cortes do gado para adubo dos campos que se estendem ao longo da encosta até ao afastado lugar de Túmio. Para refazer a cama do gado colocam ramos de giestas, planta que dá o nome ao lugar e abundante na zona.

Passado o lugar de Giesteira o caminho aperta-se e embrenhamo-nos na floresta, que se apresenta ainda com timidez no rebentar da folhagem. Cruzamos uma pequena linha de água, visitamos uma antiga casa florestal com um típico curral feito de cedros, e ziguezagueando, continuamos subindo sob o arvoredo, até se atingir um estradão florestal. Um pouco mais à frente, à nossa esquerda, no fundo do vale surge o lugar de Travassos rodeado dos campos de cultivo, já pertença de terras de Valdevez. Aqui com vista para o vale é feito um reabastecimento e retemperar de forças.

Continuamos depois ao longo da linha que separa terras de Coura e dos Arcos até se atingir o local do “Penedo Grande”, onde no cimo da mole granítica se vislumbra um belo panorama para terras de Valdevez e Serra da Peneda.

O Corno de Bico já está bem perto e á nossa espera, mas guardado estava também um mau bocado, a curta mas penosa subida até ao alto, sendo preciso meter a “tracção total” para não recuar e um pouco mais de energia, chegando-se com o suor a escorrer pelas faces mas com a alegria estampada nos rostos por haver conseguido.

O Corno de Bico, tem 889 m. sobre o nível do mar, e é chamado de “Sibéria” desta região, pois é nele que poisam nevões com mais frequência. De longe afigura-se ainda, ínvio e pesado, e contudo o solo contém muito húmus, sendo origem de várias nascentes de boas águas que vão regar os campos nos vales. Coroado de enormes blocos de granito dele se tem belos miradouros ora sobre terras dos Arcos ora de Coura, e se entende então o designativo de “Celeiro do Minho”. No local junto do geodésico fez-se a foto do grupo e sob um bosque de carvalhos foi feito o almoço que contou com a boa disposição do caminheiro “Calheiros” a arbitrar de forma singular com o seu “chouriço pata negra”.

Como sempre também não faltou o solene baptismo dos novos caminheiros em número significativo (14) que parafrasearam o típico “Arreum porum, bota abaixorum, amem” a saber: Fernando Parente, Fátima Rodrigues, Norberto Teixeira, Carlos Calheiros, Alice Matos, Fernando Barroso, Sandra Soutinho, Paula Calheiros, Conceição Alves, Alcides Pires, Helena Parente, Marília, Antónia Pires, Cláudia, Cláudia Pinheiro, Sofia Pinto, Adão Faria, Jacinto Peixoto, Cristina Machado, António Machado, Maria Lídia, Joana Martinez e João Alberto.

Após o merecido descanso, encetou-se o regresso passando por Correchouso e Chã do Mouro, local em que cruzamos com cerca de 100 motoqueiros a realizar uma prova em plena zona de “Paisagem Protegida ?”. Com cuidados redobrados e entre caminhos ladeados de altas giestas, passamos ao lado de Túmio e Lúzio até se atingir o lugar de Lameira, para depois caminhando por um estradão de alcatrão, mas de significativa beleza ao longo de um vale, atingimos o lugar de Aldeia. Mais um pouco e logo enfim o final deste percurso em S. Martinho de Vascões.

Mas eis que alguém lança a boca “aonde vamos agora?”, faz-se uma reunião de emergência e decide-se por maioria, rumar a Ponte de Lima que a fome aperta. Aqui já sentados se prolongou o convívio, com o caminheiro Alves animando o grupo com o seu acordeão. Mas, como lá diz o ditado que “não há fome que não traga fartura”, o Parente pede reforços e vindo de Viana chega o “Patusco” com a sua concertina. A festa foi rija, o convívio animado, mas era chegada a hora de alguns se vir embora. Já a noite ia dentro e parte do grupo animava a Praça em Ponte de Lima...

Miguel Moreira

Amigos da Chão

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2003-03-22
Tempo de deslocação04h 44m
Tempo parado01h 23m
Deslocação média 3,3 Km/h
Média Geral2,6 Km/h
Distância total linear15.8 km
Nº de participantes70