Desde o seu informal começo que "Os amigos da chão" incluíram nos seus objectivos a preservação de tradições e lugares afectos ás actividades agro-silvo-pastoris da Chão.
Ajudado pela experiência de caminheiros consagrados, depressa o grupo se consolidou e transformou numa entidade que a si mesmo foi impondo novos desafios, buscando horizontes mais alargados e lutando pela divulgação participativa do Pedestrianismo e do Amor pela Natureza.
Assim nasceu a ideia, bem depressa apoiada pela Federação Portuguesa de Campismo, da marcação de dois percursos pedestres a realizar na Serra de Santa Luzia, cuja inauguração oficial iria decorrer durante as comemorações do Centenário da SIRC.
Esses percursos seriam norteados pelos objectivos do grupo, tornando possível o acesso à Chão pelas antigas calçadas de pedra, hoje abandonadas, e um melhor conhecimento do lugar de São Mamede, com a sua tradição da festa do mel.
Tarefa nada fácil, laboriosa pelo seu envolvimento burocrático, pouco ajudada por um clima adverso, só foi possível, pelas ajudas financeiras da Câmara Municipal de Viana do Castelo e de algumas entidades públicas e privadas, e a orientação técnica da FPC.
Mas tudo isso seria insuficiente sem a participação activa de uma escassa mas decidida meia dúzia de amigos da chão que, pelo bom conhecimento do terreno e pela disponibilidade pessoal e de meios, não olhou a sacrifícios para levar a cabo uma tarefa de que hoje todos nos orgulhamos.
Para todos esses, um muito obrigado do vosso presidente.
Ernesto do Paço
Amigos da Chão
Nome: PR 9 - Trilho dos Canos de água
Local: Serra de Santa Luzia – Viana do Castelo
Tipo de percurso: Paisagístico / panorâmico / histórico
Distância: 10,2 Km
Duração: 3 horas
Grau de dificuldade: Baixo
Pontos assinaláveis: Canos de água, S. Mamede, Aldeia velha, Alto do Frade, Citânia de Stª Luzia
Marcação no terreno: Segundo as normas da FPC, cores amarela e vermelha
Nota importante: O PP desenrola-se inteiramente em caminhos da natureza do domínio público
Carta militar: Folha 40
Escala: 1/25.000
A cidade de Viana do Castelo orgulha-se da panorâmica que se desfruta do alto de Santa Luzia, local de onde a vista se espraia pelo vale do Rio Lima, no término da sua viagem ao encontro do oceano Atlântico, ou sobre a orla costeira e o verde das veigas, delimitado pelo branco das areias.
Este PR tem assim o seu início em frente do templo, junto do painel referente ao percurso, que deverá ser de consulta obrigatória.
Inicie o percurso, seguindo ao longo do muro que ladeia a estrada no sentido N até junto de uma casa em ruínas, local de onde parte um caminho florestal por onde terá de seguir.
Desça ao longo deste caminho, sem desvios, até chegar junto de dois arcos pedra - Arcos do Fincão. Por cima deles passam canos de água, captada em minas da serra que continuam ainda hoje a abastecer depósitos de Viana.
Após passar sob o primeiro destes arcos, vire à direita no sentido N, e o
percurso segue por cima do cano, até encontrar outro arco, no qual, pelo
lado de baixo e junto ao pequeno ribeiro (seco no Verão), poderá ver um
pequeno moinho e a entrada de uma antiga mina de água rasgada na rocha.
Retome o percurso, por cima do cano, sob denso arvoredo, até encontrar uma
pequena "casinha da água". Existe um desvio para a direita de acesso a nova
mina de água, que poderá visitar.
Continue o percurso junto da "casinha da água” ,no sentido NE e não deixe de
observar o tipo de construção destes canos.
Um pouco mais acima, após ligeira subida, cruze um estradão. Continue sobre o cano até atingir um novo estradão, junto de um pequeno pontão sobre um ribeiro, local em que poderá ver (abaixo à esquerda) as ruínas da "Azenha Velha” e, em tempo de chuva, uma queda de água.
Volte ao estradão, siga em frente no sentido N, até atingir a estrada em alcatrão. Siga ao longo da mesma para a direita (E), até atingir o pequeno mas castiço lugar de S. Mamede, que pertence à freguesia de Areosa, com a sua capelinha onde no mês de Agosto se realiza a Festa do Mel.
Continue ao longo da estrada, atravesse o lugar e verá abaixo, sobre o lado esquerdo, um ribeiro com um pequeno pontão que terá de atravessar, seguindo entre muros, até junto de ruínas, que indicam o local da "Aldeia Velha”, origem do povoado de S. Mamede.
Se quiser, siga o caminho para a esquerda, continue até encontrar uma bifurcação para a direita, entre muros carregados de musgo, até chegar ás ruínas de uma antiga capela (supõe-se ter sido este local um retiro de monges)
Volte atrás à bifurcação e siga em frente até atingir a estrada em
alcatrão. Vire à esquerda e suba até novo cruzamento. Vire à esquerda e
caminhe ao longo da estrada alcatroada, até outro cruzamento de estradas,
onde inverte o sentido de marcha seguindo por estradão em terra batida.
Passará junto do marco geodésico da "Bouça do Frade” continuando até chegar
ao "Alto do Frade”, onde no edifício aí abandonado, esteve para ser
instalado um posto de controle aéreo durante a 2ª Grande Guerra - Casa do
Radar (casinha dos aviões). Daqui poderá desfrutar de uma vista panorâmica
sobre a cidade de Viana e o vale do Rio Lima.
Agora o estradão desce de forma mais acentuada, sempre entre denso
arvoredo, até atingir a estrada de alcatrão, por onde vai seguir, virando à
esquerda. Mais à frente, junto a nova bifurcação, vire à direita e siga um
caminho em terra, até à casa florestal da "Carreira de Tiro”, local onde
existe miradouro com vista sobre o mar.
O percurso segue agora ao longo da estrada em alcatrão, passando junto ao
edifício da carreira de tiro. Mais à frente, terá de abandonar a estrada , e
seguir um trilho assinalado para a direita, que o vai levar até à torre do
depósito de água para a cidade.
Desça depois à estrada principal calcetada em paralelo onde vira à esquerda, passando junto da "citânia de Santa Luzia”. Conhecida localmente por "Cidade Velha”, é um dos castros mais conhecidos do Norte de Portugal e sem dúvida um dos mais importantes para o estudo da proto-história e romanização no Alto-Minho.
Continue em frente até chegar à zona do templo, final deste percurso.
Caso disponha ainda de algum tempo, não deixe de subir ao escadório, até ao zimbório da basílica, para desfrutar de uma vistas mais belas de Portugal.
1. Basílica de Santa Luzia![]() Situada no alto do monte de Santa Luzia, a basílica, Ex-libris da cidade de Viana do Castelo, é uma visita obrigatória pela beleza da igreja e pela extraordinária vista que dali se pode observar sobre o estuário do rio Lima, a cidade e o mar. Edificado nos alvores do século XX (aberto ao culto em 1926, mas só concluído em 1943), é um bom modelo de arquitectura revivalista (neo-rômanico, neobizantino e neogótico). Obra de mestres Vianenses, inclui o risco do grande arquitecto Ventura Terra e o hábil cinzel de Emílio Lima, sendo director da obra Miguel Nogueira. Igreja Majestosa, as suas linhas enquadram-se no conjunto das obras revivalistas do advento do século XX, desenvolvidas na Europa, revelando afinidade com a arte deuterobizantina da basílica do Sacré Couer em Paris. Implantada o no cimo da escadaria aparatosa, apresenta uma planta centrada com sugestões da cruz grega. As fachadas voltadas a oeste, sul e este acham-se vazadas por rosáceas monumentais, correspondendo aqueles espaços à extremidade de três dos braços do plano, nos respectivos ângulos emergem torreões coroados de cúpulas. É de salientar a qualidade espacial do templo, com a cúpula central delineada no respectivo cruzeiro, a elevar-se acima do conjunto arquitectónico, impondo o seu volume. Se não sofrer de vertígens, não hesite em subir ao zimbório no interior da basílica. No topo da igreja tem uma pequena varanda de onde terá uma visão assombrosa de toda a região. Em dias limpos, vê-se até Ponte de Lima, para o interior, Póvoa de Varzim para sul, e o monte de Santa Tecla já em Espanha, para norte. Junto à basílica encontra-se a Pousada do Monte de Santa Luzia, em local priviligiado, e a Citânia de Santa Luzia, a primitiva cidade de Viana. |
2. Arcos do Fincão![]() Estes arcos fazem parte de um complexo sistema de abastecimento da cidade de Viana do Castelo. Essa água era captada em diversas minas do monte de Santa Luzia, com destaque para as minas, sempre caudalosas, da Areosa - S. Mamede e eram encaminhadas em canalizações de pedra até às Ursulinas, onde ainda se localiza um dos principais depósitos de abastecimento de água da cidade. Curiosa é a construção dos canos de água, formados por blocos de granito maciço interligados, trabalhosamente furados, para permitir a passagem de água no seu interior. A limpeza dos raposos é ainda hoje em dia feita, por orifícios de acesso na sua parte superior, de modo a continuar a sua função de transporte de água, que remonta há mais de cinco séculos. |
3. Lugar de S. Mamede![]() S. Mamede é um pequeno lugar da freguesia da Areosa, situado na vertente da Serra de Santa Luzia. Nos dias 29 e 30 de Agosto celebra-se, na sua pequena capela, a Festa do Mel, produto de elevada qualidade localmente produzido. |
4. Aldeia Velha de S. Mamede![]() Muito pouco conhecida, até pelos locais, terá sido a aldeia original de S. Mamede, que ainda apresenta ruínas de uma capela e diversas casas, algumas delas de dimensão apreciável, agora totalmente degradadas |
5. Casa do Radar![]() Esta construção, está situada no “Alto do Frade” - Monte de Santa Luzia. Trata-se de um edifício abandonado, onde esteve para ser instalado um posto de controle aéreo durante a 2ª Grande Guerra. Face ao términos do conflito, nunca chegou a ser utilizado, estando agora em avançado estado de degradação. Daqui poderá desfrutar de uma excelente vista panorâmica sobre a cidade de Viana e o vale do Rio Lima. |
6. Miradouro da Carreira de Tiro![]() Situado um pouco abaixo da casa florestal da Carreira do Tiro - Santa Luzia, tem uma vista interessante para as veigas da Areosa, podendo apreciar-se o abstracto matizado do emparcelamento, já feito na década de 80. |
7. Ctânia de Santa Luzia![]() A Citânia de Santa Luzia é um notável exemplar de um povoado fortificado do Noroeste Peninsular, tanto pela sua dimensão, planeamento urbanístico, como pela tipologia da sua construção e carácter defensivo. Encontrando-se na coroa do Monte de Santa Luzia, num local geograficamente estratégico, dominando toda a área envolvente, desde o estuário e foz do Rio Lima até à zona costeira atlântica, este povoado fortificado de tipo proto-urbano evidencia uma ocupação contínua entre os períodos da Idade do Ferro e Romanização. As ruínas desta citânia são igualmente designadas por Cidade Velha de Santa Luzia, e são conhecidas desde, pelo menos, o século XVII, altura em que ocorreram as primeiras escavações na sua área em 1876, por iniciativa de Possidónio da Silva, presidente da Real Associação dos Architectos e Archeologos Portuguezes, sendo que as estruturas actualmente visíveis se devem, na sua grande maioria, à intervenção encetada por Albano Belino já em 1902. Não obstante estas iniciativas, encontra-se a descoberto unicamente um terço da área total abrangida pela Citânia, cuja parcela significativa se perdeu na sequência da construção do Hotel de Santa Luzia, bem como das suas respectivas vias de acesso. Relativamente à caracterização deste povoado fortificado, deverá ser realçado o facto das suas estruturas habitacionais encontrarem-se predominantemente organizadas em verdadeiros quarteirões, que, por sua vez, encontram-se separados por muros e áreas de circulação bastante demarcados, alguns dos quais lajeados. As habitações apresentam, geralmente, planta circular, elíptica ou, embora menos frequentemente, rectangulares, com ou sem vestíbulo. As entradas destas casas encontram-se maioritariamente orientadas no sentido Sudoeste-Sudeste, coincidindo com a pendente geral do terreno onde se encontra implantado o povoado, por forma a abrigar as habitações, quer das águas pluviais, como dos ventos de nortada. Concernentemente ao aspecto interior das casas, e para além da incontornável lareira, verifica-se que o seu piso é, normalmente, o próprio solo natural, aproveitando-se, por vezes, a presença das rochas existentes na cumeeira. Menos frequente, será a construção de um piso interior perfeito de terra argilosa batida ou saibro. À semelhança de outros povoados atribuídos à Idade do Ferro do Norte de Portugal, como nos casos da Citânia de Briteiros e da Cividade de Âncora, também o de Santa Luzia apresenta uma preocupação vincadamente defensiva. Daí, a presença de três linhas de muralhas servidas por um caminho de ronda, e reforçadas por fortes torreões de dois fossos, sendo o acesso ao topo deste sistema defensivo efectuado através de uma escadaria, que ainda se encontra visível na face interna da própria muralha. Todavia, a eleição deste local para uma tão duradoura ocupação não poderá explicar-se unicamente pela sua privilegiada situação estratégica, em termos defensivos, que os seus sucessivos habitantes souberam perfeitamente adaptar às suas necessidades quotidianas, nomeadamente ao aproveitarem as próprias características físicas do próprio terreno para soluções arquitectónicas mais pontuais e peculiares. Com efeito, a explicação deverá ser, obrigatoriamente, complementada por todo um conjunto de condições de ordem cinegética. Assim, esta constituía, sem dúvida, uma zona particularmente favorável à prática de actividades agropecuárias e de recolecção, assim como ao aproveitamento dos diversos recursos fluviais e marítimos que se encontravam largamente ao dispor da sua população, redundando no surgimento de actividades quotidianas e hábitos alimentares muito específicos que ficaram registados, por exemplo, nos textos de Estrabão. Actividades estas que, no seu conjunto, implicavam, necessariamente, a projecção e fabrico de uma considerável tipologia de utensílios de trabalho, surgindo paralelamente outras, directa e indirectamente correlacionadas, como no caso da cerâmica, metalurgia e tecelagem. |
![]() 01. Placa sinalizadora de início do percurso - Colocada no logradouro de Stª Luzia. |
![]() 2. Cano do Fincão - Placa de sinalização no muro da Pousada de Santa Luzia, indicativa da direcção de descida para o Fincão. |
![]() 03. Arcos do Fincão - Placa colocada na cantaria do arco principal |
![]() 04. Mina de Água / Moinho - Placa em estaca junto ao cano de água e do arco do aqueduto. |
![]() 05. Mina de água - Placa colocada na parede da casinha de água que indica uma mina a cerca de 250m (fora do percurso). |
![]() 06. Azenha Velha - Placa colocada em estaca, junto do caminho, que sinaliza a localização da azenha (fora do percurso). |
![]() 07. S. Mamede - Placa colocada em pedra do largo da Capela de S. Mamede. |
![]() 08. Aldeia Velha - Placa colocada em muro de cantaria, que indica a localização das ruinas da aldeia velha de S. Mamede. |
![]() 09. Casainha dos Aviões ou Casa do Radar - Placa colocada em parede da casa, que sinaliza o miradouro próximo. |
![]() 10. Miradouro da Casa Florestal - Placa colocada na Carreira de Tiro, junto à casa floretal a indicar o miradouro. |
![]() 11. Reservatório da Água - Placa em poste que sinaliza a saída do estradão e e que nos conduz até ao resenvatório de água da cidade. |
![]() 12. Citânia de Santa Luzia - Placa de sinalização colocada em rede de vedação da citânia. |
![]() 13. S. Mamede - Placa de sinalização no muro da Pousada de Santa Luzia, que indica o caminho alternativo por S. Mamede. |
Posteletes |
![]() 12. Poste Tipo P - Poste de indicação de continuidade |
![]() 13. Poste Tipo G - Indicação de mudança de direcção ou errado |
![]() 14. Em Parede - Sinalização especial em parede |
Nº |
Tipo |
Local |
1 |
P |
Entre a placa do Cano do Fincão (placa 1) e o início da descida para o Fincão, em frente da casa abandonada |
2 |
G |
A seguir à placa da Azenha (placa 6) no largo antes de S. Mamede. |
3 |
P |
A seguir ao cruzamento de S. Mamede com o estradão florestal de Stª Luzia |
4 |
P |
No cruzamento da Cova, a indicar a direcção do Alto do Frade, antes da placa das Casa do Radar (placa 09) |
5 |
G |
No estradão florestal, a indicar a saída à direita na direcção da casa florestal de Srª Luzia |
6 |
P |
Depois da saída, a confirmar qual o caminho certo, depois de cruzamento de caminhos. |
7 |
G |
Pouco antes da placa da Carreira do Tiro (placa 10) a indicar a viragem à esquerda |
8 |
E | Placa de parede, no muro da Pousada a indicar a direcção de fim do percurso. |
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Os Amigos da Chão agradecem os apoios concedidos pelas entidades acima indicadas, sem as quais não seria possível a concretização destes Percursos Pedestres.
Lembrança oferecida aos representantes dos clubes e Asssociações presentes
Autoria do companheiro Ernesto Videira
Pedestrianismo integrado promovido pela Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço
Pelos trilhos saudáveis da Serra de Santa Luzia
Associação de Carreço dá un forte contributo para o turismo e desporto activo na região.
Os "Amigos da Chão" , secção de Montanhismo e Natureza da Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço, levaram a acabo a marcação na Serra de Santa Luzia de dois percursos pedestres da pequena rota designados por "PR 8 Trilho da Chão" e "PR 9 Trilho dos Canos de Água".
A inauguração dos referidos percursos realizou se nos dias 26 e 27 de Julho na programação anual da Federação Portuguesa de Campismo e Montanhismo, e trouxe a Viana do Castelo algumas centenas de praticantes da modalidade, com os seus acompanhantes.
Assim no sábado, dia 26 de Julho houve um maior número de participantes, apesar
do mau tempo que se fez sentir, já no domingo, o número de participantes tornou
se mais reduzido, embora o sol tenha dado as boas vindas a estes adeptos das
caminhadas.
O primeiro percurso, ou seja, o "Trilho da Chão" foi percorrido numa distância de 18.8 km e um nível de dificuldade moderado. Este percurso começou e acabou em Carreço, passando pelo planalto da serra de Santa Luzia, ao longo da encosta da serra, através de caminhos tradicionais (calçada), com um apreciável desnível, compensado por maravilhosas panorâmicas.
O segundo percurso, o "Trilho dos Canos de Água" trata se de uma distância de 10 km e um nível de dificuldade baixo, aquele começa e acaba junto da basílica de Santa Luzia. Os caminhantes desceram ao Fincão, subindo pelos canos até à povoação de S. Mamede, regressando depois pelo alto, desfrutando das vistas panorâmicas.
Foi assim por entre toda a beleza e o encanto de Santa Luzia, "ex libris" da capital do distrito vianense, num perfeito ambiente acolhedor e hospitaleiro, que os "Amigos da Chão" saudaram a presença neste evento de todos os participantes, sempre em contacto com a natureza, contribuindo para enraizar "o espírito pedestrianista".
De facto, Viana do Castelo é um excelente palco para todos aqueles que se
interessam por viver mais de perto com a natureza, visto que é banhado por rio e
mar e abrigada das agruras do vento norte pelo frondoso Monte de Santa Luzia,
que abriga uma vasta diversidade de monumentos.
Além disso, oferece a beleza de extensas praias, faculta a prática de variados
desportos náuticos e de montanha e proporciona as mais qualificadas expressões
da cultura popular na etnografia, folclore, artesanato e gastronomia.
Cidade acolhedora, nela o visitante encontra, no convívio com a sua história
e cultura, o espaço de repouso e tranquilidade.
Carreço , a freguesia de onde são oriundos os promotores dos percursos em
questão e também terra de encontro e partida destas caminhadas, situa se e a 6
km do norte de Viana do Castelo, beneficiando de um excelente enquadramento
geográfico.
O seu relevo, parte do litoral arenoso e espraia se pela veiga fértil até à
encosta da montanha de Santa Luzia.
Do mar, a sua "quinta grande" o povo sempre pescou o peixe para a sua alimentação; o sargaço para o adubo das terras, a botelha para a criação de porcos, aproveitando ainda a acção profilática das suas águas iodadadas.
Na montanha e ao longo do "Chão", desde os tempos antigos que se a utilizava para pastoreio dos gados, assim como desta se extraía os matos e tojos necessários para o fabrico de estrumes das suas terras agrícolas.
De lembrar que este foi o último percurso de um plano anual de caminhadas pelas montanhas do concelho de Viana do Castelo e arredores, que se iniciaram em Setembro de 2002 e se prolongaram até este mês de Julho.
Resta, agora, aguardar pelo ciclo de caminhadas do ano que vem para que possa desfrutar destes passeios pela natureza minhota.
Carla Torre
Cardeal Saraiva
01/08/2003
A secção de Montanhismo e Natureza da Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço, conhecida por "Os Amigos da Chão" , levaram a acabo a marcação na Serra de Santa Luzia de dois percursos pedestres da pequena rota designados por "PR 8 - Trilho da Chão" e "PR 9 - Trilho dos Canos de Água", no fim de semana de 26 e 27 de Julho.
Ernesto Paço, responsável este ano, por este grupo, referiu que esta designação surgiu porque "a chão" é "um planalto da Serra de Santa Luzia conhecido essencialmente pelas populações das freguesias de Areosa, Carreço, Afife, Outeiro e Perre".
No primeiro dia da iniciativa houve um maior número de participantes tendo-se tornado inferior no dia seguinte. O "Trilho da Chão" percorreu uma distância de 18.8 km e um nível de dificuldade moderado.
Este percurso começou e acabou em Carreço passando pelo planalto da erra de SantaLuzia, ao longo da encosta da serra, através de caminhos tradicionais (calçada). A qual tem um apreciável desnível, compensado por maravilhosas panorâmicas.
O " Trilho dos Canos de Agua" percorreu uma distância de 10 km e um nível de dificuldade baixo, este percurso começa e acabou junto da basílica de Santa Luzia. Desceram ao Fincão, subindo pelos canos até à povoação de S. Mamede, regressando depois pelo alto, desfrutando das vistas panorâmicas.
Foi assim, por entre toda a beleza e o encanto de Santa Luzia, que os "Amigos da Chão" saudaram a presença neste evento de todos os participantes, tendo como as estrelas dos acontecimento verdadeiros recanto dos Minho, sempre em contacto com a natureza, contribuindo para enraizar "o espírito pedestrianista".
Ernesto Paço salientou que este grupo organiza "percursos praticamente em todos os meses, estando abertos não só aos habituais aderentes de terras mais próximas mas também a outras potenciais caminheiros que venham de outras regiões interessados em participar nestes trilhos", não só de região como de outros pontos do país.
Ainda segundo palavras do responsável, "são planeadas diversas actividades para os meses de Inverno, em especial na serra da Peneda, do Soajo e Serra Amarela". Acrescentando um pormenor importante, "é que mesmo que haja neve é possível continuar pois o mau tempo não impede esta actividade", sendo que "é precisamente no verão que reduzem a realização de percursos porque o calor não facilita este tipo de aventuras".
No entanto, já é tradição dos "Amigos da Chão" realizar, todos os anos, "uma ida a São João d'Arga, na data de 28 de Agosto, com a presença de mais de uma centena de pessoas numa caminhada nocturna, de ida de São Lourenço da Montaria a São João de Arga e regresso, isto depois de ter passado umas horas no recinto da festa". Esta é a actividade de encerramento do ano dos "Amigos da Chão", recomeçando novamente em Setembro.
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Carlos Viseu | Bárbara Santos |
É a vontade de percorrer novos tri1lhos que os uniu, sem preconceitos nem guerras de gerações. Juntos, um grupo vasto de pessoas interessadas pela natureza e novas descobertas, percorreram trilhos por terras vianenses.
De entre esses, estava um caminheiro de 82 anos de idade, o mais velho de todo o grupo, chamado Carlos Viseu Campos, assim como era possível encontrar algumas crianças, de entre as quais, a mais nova do grupo, Bárbara Santos, com 7 anos de idade.
Carlos Viseu Bárbara Santos Carlos Viseu Campos é natural da Foz do Douro, tendo vindo "parar por encanto" ao cimo da Serra de São Mamede, onde o grupo parou em convívio em redor de um farto farnel.
Sorridente, não teve palavras a medir, para elogiar os seus colegas nesta caminhada, caracterizando-as de "pessoas simpáticas e agradáveis".
Barbara Santos, entusiasmada com a acção levada a cabo pelos "Amigos da Chão" também afirmou que apesar de, na altura, estar um pouco cansada, dizendo que "lhe doía um bocadito as pernas", esta é uma história que fica para contar aos seus amigos, estando "contente por ter participado nesta nova experiência".
Carla Torres
Foz do Lima
Os "Amigos da Chão", da Sociedade de Instrução e Recreio de Carreço (SIRC), buscam incessantemente a fruição da natureza através de percursos pedestres, designadamente na sua vertente paisagística, cultural e histórica de contacto com a montanha e o campo.
Assim aconteceu com os trilhos PR8 e PR9, recentemente homologados pela Federação Portuguesa de Campismo, Caravanismo e Montanhismo (FPCCM), e que foram percorridos no passado mês de Julho, com a entusiástica presença de caminheiros vindos de todo o lado.
Joaquim Gonçalves foi o representante da FPCCM na creditação e homologação destes percursos, em que marcaram presença, os seguinte clubes e associações: Clube de Campismo do Porto, Clube de Actividades Ar Livre, Académico Clube de Ourém, Académico Futebol Clube, Restauradores da Granja, Amarante Futebol Clube, Clube Fluvial Portuense, Montanheiros SEE, Associação Desportiva EFACEC, CIMO, GAAL, STCP Gimprensa, Clube de Campismo Nortenhos, Clube Guarda Rios, Clube de Campismo de Barcelos, Granja do Tedo, Escola Desportiva de Viana e Clube de Caça e Pesca de Oliveira do Hospital.
0 PR8 Trilho da Chão sobe a encosta de Stª Luzia, percorre a chão até ao marco geodésico, denominado Talefe, e que toma o nome de Guarita de Couço a 550 m de altitude. É considerado um percurso moderado, nos seus 18,9 km com ponto de partida e chegada a Carreço (a 45 m), calculado para 6 horas de duração média.
Apresenta como pontos assinaláveis, o v.g. de 1ª categoria (a 550m) o Alto do Mior (Miradouro das Bandeiras); o Planalto da Chão; e as Calçadas antigas. Situa se na carta militar nº 27, da esc. 1/25 000.
Este PR8 foi percorrido, num dia de chuva miudinha, que nem assim afastou a presença dos caminheiros.
Devido à chuva e à neblina bem depressa se chegou à base, apanhando desprevenidos os caminheiros da logística, atarefados na preparação do jantar convívio. Foi um ver se te avias! No salão da Sociedade comeu se pá de porco assada no forno, de um paladar excepcional e, em directo e a vivo, o nosso amigo Lopes cantou e encantou. A "trupe musical" actuou pela primeira vez e passou no teste.
Aos representantes dos diversos clubes presentes foi entregue uma peça artística em madeira alusiva ao acontecimento.
No dia seguinte, foi a inauguração do PR9 Trilho dos Canos de água, com ponto de partida junto ao Santuário de Santa Luzia até a S. Mamede (aldeia velha), onde a broa e o mel soube a pouco, saboreados com prazer por todos os caminheiros.
De regresso, com a boca doce e os olhos a reluzir de contentamento por um dia tão bonito e uma paisagem admirável. Este percurso acabou por ser também homologado pela FPCCM, cujo representante se rendeu à evidência.
0 Ernesto recebeu o diploma de homologação do trilho, em nome dos AMIGOS DA CHÃO, tendo usado da palavra a representante da Junta de Freguesia da Areosa, na inauguração do painel alusivo a este PR9.
Este itinerário é considerado de baixa dificuldade, nos seus 10,2 km. de extensão e está calculado para 3 horas de caminhada. Apresenta como pontos assinaláveis, os Canos de água; S. Mamede, Aldeia Velha, Alto do Frade e a Citânia de Santa Luzia. Carta militar n.º 40, da esc. 1/25 000.
Estes trilhos são apresentados em desdobráveis ilustrados a cores descritos, caracterizados e com os correspondentes itinerários traçados em "Mapa(s) de Percurso", à esc. 1/25000. Trata-se de uma edição dos "Amigos da Chão", da SIRC, para onde podem ser solicitados, na Rua da Sociedade, 104; 4900 045 Carreço.
Os "Amigos da Chão" agradecem à Câmara Municipal o contributo decisivo
que deu para a marcação dos percursos, únicos homologados no concelho e
o apoio prestado pela Confraria de Santa Luzia, de primordial
importância, para a marcação do percurso.
Luís Gonçalves
In Aurora do Lima
10/10/2003