Em marchas pequenas e fáceis é perfeitamente aceitável a utilização de sapatilhas.
No entanto, ao depararmos com percursos de longa duração, terreno muito acidentado, neve ou chuva, torna-se imperioso a escolha de calçado mais específico e que garanta conforto e protecção adequada face às agressões do meio e do clima.
Até ao início dos anos 80, as botas de couro eram a única opção disponível e universalmente aceite. Este tipo de calçado existia, tanto com sola inteiramente flexível como provido de uma inserção metálica que lhe garantia rigidez até meio da sola (chamadas semi-rígidas) ou com sola inteiramente rígida.
Estes modelos, rígidos e semirrígidos, destinados às actividades invernais, escalada em gelo e expedições, eram os mais sofisticados e fabricados com os melhores couros disponíveis no mercado, aos quais era dado um tratamento que visava - utopicamente - a sua impermeabilidade.
Sendo estas botas as mais sofisticadas e dispendiosas que existiam na altura, era normal que os montanheiros nacionais as adquirissem, convencidos que faziam uma excelente aquisição. "Se até dão para alta-montanha e expedições, melhor servem para simples marchas em média montanha" - era o que muitos "especialistas" apregoavam...
Infelizmente, esta teoria não podia ser mais errada! Nesse tempo, era frequente ver muito boa gente a fazer longas marchas de travessia calçando botas próprias para escalada em gelo ou para expedição (modelos caríssimos!) que pesavam mais de três quilos, com solas inteiramente rígidas e, embora ninguém o confessasse, nada confortáveis. Com a adopção dos materiais sintéticos no calçado de montanha surgiram botas mais leves, mais fáceis de manter e, acima de tudo, mais confortáveis e baratas.
A partir do final dos anos 80, este tipo de botas ganharam bastantes adeptos, principalmente quando começou a ser frequente e menos dispendiosa a utilização de membranas semi-permeáveis, como o Gore-Tex. Estas fibras passaram inclusive a conferir uma impermeabilidade superior à do couro tratado.
Hoje em dia, tanto se utilizam modelos inteiramente em couro como em fibra sintética ou combinados. Na realidade há vantagens e desvantagens em ambas as opções, sendo que a escolha deverá ser influenciada, sobretudo, pelo uso e destino que vamos dar a esse calçado.
Vejamos então quais as principais vantagens e inconvenientes de cada tipo.
São mais resistentes e duradouras que as de fibra sintética e, se forem dotadas de sola semi ou totalmente rígida, podem ser usadas com crampons, em neve ou mesmo em escalada em gelo.
Em contrapartida, são mais pesadas, mais caras, demoram mais tempo a secar e só após algum tempo de uso se "moldam" ao pé. Este tipo -de_ botas exige também uma cuidadosa manutenção - para que se mantenha o seu bom estado de conservação e razoável impermeabilidade.
Desde logo, e antes ainda da primeira utilização, é aconselhável cobrir todas as costuras exteriores com algumas camadas de cola de contacto (lá se vai o aspecto de novo...).
Seguidamente, deve-se aplicar uma ou mais camadas de "graxa de silicone" ou qualquer produto impermeabilizante / amaciador, específico para botas de montanha (agora é que foi mesmo!).
Depois, e antes ainda de efectuar uma grande marcha, devem ser "moldadas" ao pé, ao longo de vários pequenos percursos, sob pena de nos causarem bolhas e de se tornarem um autêntico martírio.
Mesmo com este tratamento inicial e dotadas de películas semipermeáveis, a impermeabilidade e conservação deste calçado implica alguns cuidados que não devem ser descurados.
Assim, após cada utilização, não devem ser guardadas com humidade e a sua secagem não deve ser efectuada perante fontes de calor excessivo, senão o couro vai fissurar e deteriorar-se facilmente.
Depois de totalmente secas, devem ser escovadas e posteriormente impregnadas com nova camada de "graxa de silicone" ou produto de tratamento e impermeabilização.
Se porventura as botas ficarem guardadas durante muito tempo, o couro acaba por secar em excesso e é conveniente repetir o tratamento antes de nova utilização.
Apesar de todas as desvantagens, estas botas na sua versão semirígida, ainda continuam a ser as mais polivalentes, sendo as mais aconselháveis para quem pretender comprar apenas um único par, para uso em marcha estival e/ou com crampons e até mesmo para pequenas escaladas em gelo.
São mais leves e confortáveis que as botas de couro.
Não exigem grande adaptação ao pé porque já são suficientemente maleáveis desde o início e, em termos de manutenção, basta serem secas ao ar e escovadas.
Como desvantagem, para além de não serem tão versáteis como as botas de couro semi-rígidas, apenas o facto de serem menos resistentes que as suas congéneres.
No entanto, esta desvantagem é compensada pelo facto de serem mais baratas.
Como as botas sintéticas têm mais porosidade que as de couro e, embora sequem mais facilmente que estas, é inevitável que tenham menos impermeabilidade. Se não estiverem providas de qualquer película semipermeável, são apenas aconselháveis para uso estival ou quando não se tenha a intenção de caminhar sobre neve ou terrenos húmidos.
Este problema, que também é comum às botas de couro, é superado com a adopção de modelos dotados de películas semi-permeáveis
É importante salientar que as películas semi-permeáveis ou os tratamentos por induções químicas, que garantem a impermeabilidade das botas sintéticas ou de couro, nem sempre têm performances iguais.
De facto, embora tenham nomes comerciais muito semelhantes - normalmente terminados com o sufixo tex - e os seus fabricante lhes apregoem inúmeras qualidades, algumas há que não "respiram" o suficiente ou têm pouca impermeabilidade.
Quanto a essas membranas – que devem deixar passar o vapor de água e simultaneamente garantir a impermeabilidade à água no estado líquido - é de salientar que não resistem muito tempo e acabam por, gradualmente, perder as suas características.
Convém também notar que (sabe-se lá porquê?) alguns modelos têm, entre o forro e o exterior, um reforço em poliuretano expandido, o qual reduz drasticamente a capacidade de "respirar" da bota, de modo que os pés acabam por ficar excessivamente transpirados.
Sejam as botas impermeáveis ou não, é aconselhável - principalmente em tempo quente - que se aproveitem as pausas mais demoradas para as descalçar, retirar palmilhas e meias e deixar tudo a arejar.
Nessas pausas, e sempre que possível, também se devem refrescar os pés na água.
Sejam as botas de couro ou sintéticas é importante que o modelo escolhido tenha as seguintes características:
Conforto
Elevada resistência - de preferência com reforços nas zonas de maior desgaste
Sola grossa (quanto mais espessa, menos se sentirão as pequenas pedras e irregularidade do terreno), preferencialmente com amortecedor de impactos, com relevo profundo e em borracha com boa aderência (algumas solas são feitas em plástico ou borracha muito dura e pouco aderente)
Cano acolchoado - que suba um pouco acima da linha do tornozelo (aumenta o conforto e reduz o risco de entorses)
Pouco peso
Impermeáveis - o que implica terem inserções de películas semi-permeáveis, ou tratamento com induções químicas (cuidado com os sucedâneos e imitações do Gore- Tex .. )
No caso de se destinarem exclusivamente à marcha sem crampons, devem ter sola totalmente flexível ou, em alternativa, semi-rígida;
Devem ser de um tamanho que nos possibilite usar confortavelmente dois pares de meias sem que o pé fique demasiado comprimido. Atenção a este pormenor pois nada há de mais desmotivante que caminhar com um calçado que, afinal, se veio a descobrir ser demasiado pequeno. Não esquecer que os pés aumentam de volume com o esforço.
Como complemento, as botas devem ser dotadas de palmilhas que amorteçam ao máximo os choques e reduzam o atrito com o pé. Mesmo que o modelo escolhido não as possua de início, existem no mercado boas marcas e modelos de palmilhas amortecedoras.
Embora sejam um acessório geralmente dispendioso e que vai aumentar ligeiramente o peso do calçado, são muito importantes em termos de conforto, redução do cansaço e mesmo na prevenção de pequenas lesões. Em utilização invernal, as palmilhas têm a vantagem adicional de aumentarem o isolamento térmico da planta do pé.
As palmilhas podem ser fabricadas em diversos materiais e densidades,
oferecendo grande comodidade ao arco plantar. As formas anatómicas
permitem um apoio perfeito do calcanhar ao encaixa-lo na bota,
configurando um sistema anti-torção e de controle da queda interior ou
exterior do calcanhar. Podem também ser fabricadas com orifícios de
arejamento e canais de evacuação para a circulação do ar. Tudo isto
contribui para combater as fadigas musculares.
Por muito confortáveis que sejam as botas, carecem sempre de um bom par de meias.
Estas deverão ser suficientemente grossas para proteger o pé e têm que possuir a capacidade de favorecer ao máximo a transferência do suor para o seu exterior.
Hoje em dia já é fácil encontrar em qualquer casa de material de montanha ou de desporto meias específicas para marcha.
Embora caras, são um bom investimento. Antes de finalizar, um último conselho. Para aumentar o conforto dos pés, utilizar simultaneamente dois pares de meias, sendo que a que fica no exterior deverá ser sempre mais grossa e resistente.
Desta forma, o atrito entre o pé e a bota é repartido por mais duas superfícies e o risco de criar bolhas diminui. Meias protegem os pés As meias acolchoam, amortecem e isolam seus pés, absorvem a transpiração e reduzem o atrito entre a bota e o pé.
Meias feitas de lã ou material sintético podem desempenhar todas estas funções, enquanto aquelas feitas de algodão não podem.
O algodão absorve água demais, perdendo a capacidade de isolamento e aumentando a fricção entre o pé e a bota. A maioria dos praticantes veste dois pares de meia.
Próximo à pele uma meia de polyester ou polipropileno transporta a transpiração do pé para a meia de fora.
Sobre esta veste-se uma meia grossa de lã ou materiais sintéticos. É claro que existem muitas excepções. Um escalador de rocha quer seus calçados de rocha flexíveis para calçar como uma luva, e então costumam usar somente um par de meias finas. Um trekker usando tenis ou sandália em um dia quente, mantém os pés frios usando somente um par de meias, enquanto um escalador invernal pode vestir três pares de meias dentro de suas botas. Mantenha sempre seus dedos livres o suficiente para se mexerem.
Três pares de meia justas dão menos protecção que dois pares folgados, principalmente se o último dos três pares aperta e diminui a circulação.
Antes de vestir as meias, pense em colocar protecções para calos ou verrugas, nos lugares com tendência a formar bolhas, tais como atrás do calcanhar.
As protecções para calos são extremamente valiosas quando as bolhas estouram em botas novas ou no começo da estação de escalada, antes que seus pés tenham adquirido resistência. Outra alternativa contra as bolhas são os pós e talcos, que podem ser borrifados dentro das meias e botas.
Em expedições com o tempo frio, uma meia com “barreira de vapor” pode ser usada entre as duas camadas de meia principais.
Delineadores de barreira de vapor mantêm a humidade próxima do seu pé e evitam que a transpiração molhe suas meias finas. Elas também mantêm seu pé aquecido inibindo a evaporação do suor.
Em temperaturas congelantes, estas meias reduzem o perigo de gangrena produzida pelo frio, mas com o tempo a humidade que é mantida dentro pode causar rachaduras nos pés, que também é um sério problema.
Se usar meias com barreira de vapor, seque seus pés cuidadosamente ao menos uma vez ao dia.
Palmilhas adicionadas às botas proporcionam isolamento e amortecimento extras. Palmilhas sintéticas não absorvem água, não ficam amassadas quando húmidas e têm uma estrutura moldada que ajuda a ventilação dos pés.
Todas as palmilhas feitas de feltro, couro e pele de carneiro absorvem humidade e devem ser removidas quando as botas estão secando.
Quando experimentar botas novas coloque as palmilhas que pretende usar.
Modelos, como comprar e manutenção Luvas para montanhismo:
Luvas são essenciais para a protecção das mãos Luva de lã é uma opção de luva externa: é preciso usar "camadas".
Feito de couro, modelo é perfeito para momentos de abrasão.
A luva tem a finalidade de proteger as mãos.
Esta protecção pode ser de dois tipos: protecção mecânica, contra a abrasão e contacto da pele com superfícies ásperas, e a protecção contra as baixas temperaturas.
Esta segunda é mais importante do que muitos podem imaginar já que as partes do corpo que perdem calor mais facilmente são as extremidades (pernas, mãos e cabeça). Para proteger melhor, actualmente as luvas que existem no mercado trabalham com o mesmo princípio das roupas para a prática do montanhismo: devem ser utilizadas em camadas.
O material utilizado são fibras de alta tecnologia, que têm se desenvolvido muito principalmente nos últimos cinco anos.
A primeira camada - A luva térmica, que deve ser utilizada em locais de baixa temperatura, é fina e, feita com fio térmico (termoline), preserva o tacto, mantendo a sensibilidade das mãos.
Muito boa para ser usada como luva interna, não precisa ser retirada quando o praticante for preparar sua comida ou fazer acções mais corriqueiras como escovar os dentes, por exemplo.
O modelo mais utilizado no mercado é o da marca Fox River.
Para não arrefecer - Já passando para as chamadas luvas externas, um dos principais modelos é o PowerStrach da marca Lowe Alpine.
Por ser feita de um tecido elástico, esta luva tem facilidade para se adequar às mãos do praticante.
Além disso, é bastante resistente à abrasão e também ajuda a manter a temperatura. Leve e confortável, auxilia no processo de expelir a transpiração natural das mãos.
Aqui, todos os dedos devem ficar protegidos. Protecção mecânica - Das luvas de protecção mecânica (contra a abrasão e para evitar ferimentos no contacto com superfícies ásperas), as principais actualmente são as fabricadas pela PMI.
Estas luvas são feitas com couro de cabra e contam com um reforço especial no centro da mão, por onde geralmente passa a corda durante o rapel.
O primeiro factor a ser observado na escolha de uma mochila ideal é o limite máximo de peso que você pode levar. Este limite é de um terço do seu peso corporal ideal, o que varia com sua altura e seu tipo de estrutura física.
É importante encontrar um limite que seja confortável e seguro que também depende do quanto você está em forma, de seu vigor físico (o que varia com a idade) e da sua habilidade motora.
Existem mochilas de ataque e cargueiras. Os tamanhos das mochilas são dados pelo volume que elas comportam, em litros. Uma mochila de 25 litros (de ataque) é pequena, e é utilizada para passeios bem curtos.
Uma mochila de 90 litros (cargueira) já é bem grande, comportando uma grande quantidade de objectos.
Uma boa mochila cargueira não deve, quando completamente cheia, ultrapassar a largura dos seus ombros, ou ela irá enroscar em todos os ramos que encontrar pelo caminho. Isto significa uma mochila na forma geral de um saco cilíndrico com uma "tampa" em cima.
Como não deve ser muito larga, o topo da mochila pode ultrapassar a altura de sua cabeça, o que não é problemático.
Basta você sempre se lembrar que ficou mais "alto". Também devido à forma de saco, a boa mochila deve ter uma segunda possibilidade de acesso a suas entranhas (zíper, perto da base).
Já pensou se você precisar de pegar correndo a capa de chuva que, por engano, você pôs lá no fundão?
Repare nos detalhes - Uma boa mochila deve ter a menor quantidade de zíperes possível. Também deve ter fitas, perpendiculares aos zíperes, que retirem o esforço daqueles fechos.
Deve ter algumas, poucas, outras fitas para prender equipamento externamente. Finalmente, deve ter umas duas bolsas laterais externas para você por as suas garrafas de água, biscoitos, etc.
Também é importante que o bolso da tampa (ou capacete ou capuz) superior seja voltado para sua nuca, o que facilita o acesso, enquanto você anda.
Especiais para mulheres - Existem algumas diferenças entre as mochilas para as mulheres e as utilizadas pelos homens. Isto significa pequenas diferenças no desenho das ombreiras e na barrigueira da mochila, para melhor acomodar os seios e o quadril.
Existe uma selecção de pequenos, mas decisivos itens, que merecem lugar em quase todas as mochilas para uma escalada.
Você não vai querer usar cada um destes itens em toda viagem que fizer, mas eles podem salvar a sua vida em uma emergência, são um seguro contra o inesperado.
Exactamente a “quantidade de segurança” que pretende carregar é a questão a ser debatida. Alguns respeitados “minimalistas” argumentam que a mochila pesada com os itens de segurança faz caminhar vagarosamente.
Existe uma lista de itens essenciais que a maioria acredita ser necessário portar sempre. São os seguintes itens:
1. Mapa
2. Bússola
3. Lanternas, “headlamps”, com lâmpadas e pilhas de reserva
4. Comida extra
5. Roupa extra
6. Óculos de sol
7. Estojo de primeiros socorros
8. Canivete
9. Fósforos protegidos da água
10. Outros itens decisivos frequentemente juntam-se à lista de equipamentos essenciais, conforme a viagem.
Mapa - Leve sempre um mapa detalhado da área que está visitando, embalado dentro de um plástico para proteger da chuva.
Bússola - A bússola é um instrumento essencial para navegação e interpretação de rotas. Lanternas - Lanternas de cabeça e lanternas de mão são tão importantes e tão temperamentais que vale a pena investir somente em equipamentos de qualidade.
Lanternas à prova d’água são dignas das despesas adicionais. Suas funções são dignas de confiança em qualquer tempo, e seus contactos ou baterias não ficam corroídos mesmo que guardadas por meses dentro de uma garagem húmida. Se decidir que uma lanterna verdadeiramente impermeável é importante, comece comprando uma lanterna pequena. Todas as lanternas devem possuir interruptores duráveis, que não apresentem o perigo de ligar a lanterna acidentalmente dentro da mochila. Interruptores colocados dentro de cavidades são excelentes.
Comida extra - O suprimento de um dia de comida extra é uma razoável provisão de emergência no caso de algum atraso, falhas na navegação, ferimentos ou outras razões. Este suprimento de emergência deve: não precisar ser cozido, ser leve e de fácil digestão e poder ser guardado por longos períodos. Uma combinação de castanhas, doces, granola e frutas secas funciona bem. Alguns levam chocolate, pacotes de sopa e chá, se uma fonte de calor for disponível.
Roupa extra - Quanto de isolamento extra é necessário para uma emergência? Roupa de baixo extra é uma valorosa adição que pesa pouco. A transpiração pode encharcar a camada de roupa próxima à pele e conduzir o calor para fora do peito. É importante livrar-se das roupas húmidas em contacto com o corpo antes de vestir as camadas do isolamento, adicionando pluma ou tecidos sintéticos e uma capa externa. Protecção para o pescoço e cabeça pode ser adicionada usando uma roupa de baixo comprida com gola alta. Um grosso chapéu adicional reterá quase tanto calor quanto um suéter adicional. Para os pés, leve um par extra de meias grossas; para as mãos, um par extra de mitenas de poliester ou pile. Para o Inverno e expedições em condições severas, você precisará mais isolamento para o tronco assim como uma camada isolante externa de calças para as pernas. Junto com sua capa de chuva, carregue alguma protecção extra contra a água, assim como um toldo plástico, enrolado junto com o saco de bivaque.
Óculos de sol - Os olhos são particularmente sensíveis ao brilho do céu nas montanhas, à luz brilhante que reflecte das neves e aos raios ultravioleta, cujo quantidade a 3.000 metros de altura é 50% maior que ao nível do mar. A retina de olhos desprotegidos pode queimar facilmente, causando dores insuportáveis, condição conhecida como cegueira pela neve. O dano aos olhos ocorre antes de que o desconforto seja sentido, por isso é essencial usar óculos escuros para reduzir a quantidade de luz visível e de raios ultravioleta. Não retire os óculos enganado por condições climáticas nebulosas. Os raios ultravioleta penetram nas nuvens e o clarão da luz reflectida pode causar dores de cabeça. Óculos de sol devem filtrar 95 a 100% da luz ultravioleta. Também devem ser levemente coloridos, permitindo assim que só uma pequena fracção da luz ambiente seja transmitida, através da lente, aos seus olhos. Para óculos de neve você deve usar lentes com 5 a 10% de índice de transmissão. Para óculos de uso geral, o índice de transmissão deve ser de 20%. Olhe no espelho quando experimentar os óculos: se você puder ver facilmente os seus olhos, as lentes são muito claras. Lentes coloridas devem ser cinzas ou verdes, se você quiser ver as cores reais, ou amarelas se você quiser enxergar com o tempo nublado ou com nevoeiro.
Estojo de Primeiros Socorros - Não permita que um kit de primeiros socorro lhe dê um falso senso de segurança.
Os médicos dizem que frequentemente em campo, muito pouco pode ser feito contra sérios ferimentos ou aflições, excepto iniciar procedimentos para uma estabilização básica e evacuação do paciente. O melhor caminho de acção é evitar ferimentos ou doenças em primeiro lugar.
Ainda, você deve estar preparado para o inesperado. O seu estojo de primeiros socorros deve ser pequeno, compacto e robusto, com o conteúdo embalado em pacotes impermeáveis.
O seu kit deve conter itens que serão usados em qualquer viagem: band-aids ou outra bandagem adesiva pequena, protector de calos, esparadrapo, desinfectantes, sabão, diversos tipos de bandagens, tesoura, rolo e ataduras de gaze de vários tamanhos.
Carregue ataduras de gaze suficientes para absorver uma quantidade significativa de sangue. Ferimentos hemorrágicos sérios são comuns em lesões no campo e material estéril absorvente não pode ser prontamente improvisado. Canivetes - Canivetes são essenciais para preparar comida, fazer fogo, primeiros socorros.
O canivete deve ter duas lâminas, um abridor, uma combinação de chave de fenda e abridor de garrafas, tesouras e um furador. As ferramentas e a parte interna do canivete devem ser de aço inox.
Embora você possa carregar algumas ferramentas adicionais em certas viagens, o canivete é o seu kit básico de ferramentas. Um cordelete atado ao canivete e fixado no seu cinto permite manter o canivete no bolso para um fácil acesso sem o perigo de perdê-lo.
Fósforos - Um suprimento de emergência de fósforos, guardados em um recipiente à prova d’água, deve ser carregado em adição aos fósforos ou isqueiros commumente usados. Os fósforos à prova d’água guardados juntamente com uma pedaço de lixa dentro de um tubo plástico de filme, fazem um bom sistema de emergência.
Água e garrafas d’água - A água no alto das montanhas normalmente é escassa, então é preciso carregar a água que for necessária para prevenir a desidratação e manter as energias.
Uma garrafa de um litro normalmente é suficiente, mas se o dia é quente e você sua muito, podem ser necessários dois litros.
Garrafas de plástico com boca larga são as mais populares em lugares nevados porque elas podem ser facilmente enchidas com neve ou água e não deixam gosto na água como as de alumínio.
Se você usar uma garrafa de alumínio, tome cuidado para não misturar a garrafa de água com as garrafas de combustível para o fogareiro. No Brasil, a opção mais economica são garrafas plásticas vazias de refrigerante, com um ou dois litros.
Os tratamentos químicos com tabletes de iodo ou halazone são eficazes e os tabletes de tetraglycine hydroperidide (TGHP) são melhores ainda. Siga as indicações correctamente.
A quantidade requerida de químicos e o tempo de diluição aumentam com a água fria.
Se você encher a sua garrafa num riacho que surge de um glaciar, coloque-a no sol ou dentro da camisa para elevar a temperatura da água. Ferver a água matará os cistos de Giardia, mas não eliminará outras doenças transmitidas por bactérias e vírus, a não ser que a água ferva por pelo menos 20 minutos.
Uma combinação de químicos mais uma breve fervura tornarão a água segura.
Os filtros d’água são outra opção. Filtros com bomba de sucção podem filtrar um litro d’água em minutos e isto não dá nenhum gosto desagradável à água.
Um bom filtro deve possuir um método para limpar e prolongar a vida útil do elemento filtrante, o qual deve ser substituível. Adquira filtros com poros menores que 0,4 mícron de diâmetro, para garantir que os cistos de Giardia, Taenia, protozoários e outros vermes sejam filtrados.
Prevenção contra queimaduras do sol - A luz do sol em altitude tem uma capacidade de causar queimaduras muitas vezes superior do que ao nível do mar, assim é uma ameaça ao conforto e a saúde.
Em alguns casos não podemos evitar longos períodos de exposição ao sol, desta maneira, precisand reduzir as queimaduras dos raios ultravioleta que atingem os corpos, cobrindo-os com roupas ou protectores solares.
A ampla variação de pigmentação individual na natureza, influi na quantidade de protecção que a pele exposta necessita. Há aqui uma só regra: a penalidade para protecções subestimadas são tão severas, incluindo a possibilidade de câncer de pele, que você deve sempre proteger sua pele.
A roupa é de longe a melhor protecção solar e é causa do pior desconforto em dias quentes. A maioria dos cremes e protectores solares usam ácido p-amino benzóico (PABA), mas se a sua pele é sensível ao PABA, existem outros cremes que proporcionam o mesmo factor de proteção solar (FPS) que os cremes com PABA.
A área ao redor da boca é especialmente susceptível a queimaduras causadas pelo sol. Os lábios devem ser cobertos com um creme resistente à água, suor e lambidas.
Batons contendo ZnO e PABA são muito bons. Reaplique a protecção labial frequentemente. Repelentes de insectos - Lugares agrestes são uma casa ocasional para as pessoas, mas são o habitat permanente dos insectos. Alguns deles, mosquitos, moscas, mutucas, etc., querem se alimentar do seu corpo.
Você pode proteger o seu corpo e sangue com roupa pesada, incluindo luvas e bonés em áreas infestadas. Cobrir o corpo com roupa pesada no calor pode ser insuportável, assim, repelentes de insectos tornam-se uma boa alternativa.
Os repelentes com N,N-dietil-metatoluamida (DEET) não são eficientes contra todos os tipos de insectos, mas são realmente bons para manter os mosquitos afastados. Uma aplicação de um repelente com alta concentração de DEET manterá os mosquitos afastados por várias horas.
Repelentes de mosquitos têm vários nomes comerciais, várias potências e podem estar na forma líquida, creme, spray e bastão. Tenha cuidado que o DEET pode descolorir ou dissolver plásticos, pinturas e materiais sintéticos. Apesar do que dizem os fabricantes, o DEET não é muito eficiente contra mutucas.
Produtos com etil-hexanodiol e dimetilftalato são muito mais eficientes contra mutucas e outros vorazes mordedores. Infelizmente repelentes de moscas não fazem muito efeito em mosquitos.
Carrapatos são potencialmente perigosos para a saúde porque são veículos de doenças. Em região de carrapatos cheque a roupa e os cabelos frequentemente durante o dia.
A noite, faça uma inspecção em suas roupas e corpo para localizar os carrapatos antes que eles se fixem. Se você encontrar um carrapato em seu corpo, cubra-o com óleo pesado (mineral ou de salada) para fechar seus poros de respiração.
Desta maneira o carrapato se soltará. Se não se soltar, deixe o óleo no local por meia hora, então cuidadosamente remova o carrapato com uma pinça, certificando-se que removeu todas as partes do seu corpo. Se o carrapato estiver profundamente fixado, você precisa ir a um médico para removê-lo.