2022-06-16 Ecovia Ponte de Lima - Gemieira

Caminhada Solidária

O início estava marcado para as 09:30, junto da Capela de S. João em Ponte de Lima, curiosa pela sua forma octogonal, dedicada a este santo casamenteiro e também local de constantes namoriscos.

Mas não foi para namorar que lá fomos, mas para uma caminhada solidária da responsabilidade da ACGB – Associação de Cooperação com a Guiné-Bissau, que constava do troço da Ecovia dos Açudes, entre Ponte de Lima e os moinhos da Gemieira, com regresso pelo mesmo caminho.

O dia estava toldado, mas quente, prevendo-se o agravamento do estado do tempo para o meio da tarde, com possibilidade de chuva ligeira e trovoada, mas quando começamos havia ainda o sol a espreitar pelas nuvens escuras.

O percurso pelas margens do rio Lima merece ser feito com calma e algumas paragens, para apreciar a vegetação ribeirinha e os diversos açudes que caracterizam esta zona, mas seguimos a ecovia em passo constante, fazendo apenas a primeira paragem junto do Forno da Cal de S. João da Ribeira, ou Forno do Pego.

Trata-se de uma instalação industrial, há muito abandonada, de queima de calcário e sua transformação em “cal viva”. Por não existir calcário a norte de Aveiro, este era transportado do sul por via marítima e depois em barcaças rio acima, para ser aquí transformado e abastecer a procura local.

Visitamos o enorme forno, com capacidade para fazer a cozedura de várias toneladas de cal e pudemos imaginar as dificuldades que, no início de século XX teria havido, quer o transporte da matéria-prima para o processamento, quer os riscos de depois transportar a “cal viva” via fluvial, já que na presença da água esta reage com extrema violência, havendo mesmo risco de explosão.

Depois das explicações dadas pelo Miguel retomamos a ecovia, para parar mais à frente no parque de merendas da Ribeira - Parque das Cucas, onde alguns dos elemento da organização tinham já reservado as mesas do Pic-Nic.

Alguns do caminhantes ficaram logo por ali, mas a maioria seguiu em frente na direção do conjunto dos moinhos da Gemieira. Estes moinhos utilizam as águas límpidas do ribeiro do Couto como força motriz dos engenhos de processamento do cereal produzido nestas ricas terras do vale do Lima.

Junto aos moinhos fizemos uma curta paragem para reabastecimento e depois de umas fotos, regressamos ao local do Pic-Nic, onde nos esperavam as mesas repletas de farnéis e doçarias diversas.

Mesmo com o tempo toldado, houve mesmo quem se balhasse nas límpidas águas do Lima, mas a grande maioria virou-se para os “comes e bebes”, apreciando a companhia e o sossego das margens do rio.

O tempo entretanto pregou-nos uma partida e começou a chover. Primeiro devagarinho, mas depois engrossando aos poucos, pelo que havia que acelerar, enquanto as árvores nos iam protegendo das pingas.

Acabado o repasto havia que regressar, muitos à boleia, outros a pé rumo ao ponto de partida, já que se adivinhava agravamento do tempo, dando assim como terminada mais uma iniciativa da ACGB – Associação de Cooperação com a Guiné-Bissau, com a parceria da Vianatrilhos.

José Almeida

Vianatrilhos