2022-02-12 Trilho de Sopo - Vila Nova de Cerveira

A manhã estava enevoada e a subida desde Gondarém até Sopo não augurava nada de bom, pois o nevoeiro mal deixava ver a estrada, mas chegados a Sopo o sol raiava, deixando para trás a densa neblina matinal.

Iniciamos este percurso junto à sede da junta de freguesia de Sopo, hoje em dia uma freguesia de Vila Nova de Cerveira, mas que outrora pertenceu a Lanhelas.

Começamos por ir até à curiosa Torre do Relógio, uma doação do benemérito Manuel José Lebrão à freguesia, que tinha por função fornecer a hora exata aos agricultores, para que a partilha de regadio não gerasse confusões.

A imponente torre apresenta ainda mostradores em todos os quadrantes, mas os ponteiros já não mechem, mantendo contudo o funcionamento e o sino ainda dá horas.

Manuel José Lebrão fez fortuna no Brasil com diversos empreendimentos, tendo sido o dono da célebre Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro e quando regressou, fez diversas doações a Vila Nova de Cerveira, destacando-se a do hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira e em 1926, desta Torre de Relógio de Sopo, de onde era natural.

Cruzamos de seguida o lugar de Cima de Vila até à Quinta e capela de S. Tiago. A quinta, que foi recentemente remodelada, é datada do final do Séc. XIX e é um interessante exemplar de construção romântica.

Contornamos a quinta e passamos a seguir uma longa e conservada levada que cruza uma interessante toucinha – mata de carvalhos, a que o seco inverno confere belas tonalidades.

Chegamos finalmente à proximidade da igreja paroquial de Sopo, onde pudemos apreciar o interessante cruzeiro barroco da Senhora da Piedade, de grande expressividade escultórica, cuja cópia em gesso se encontra no Museu Municipal de Viana do Castelo.

Foi aí que o Miguel e a Augusta resgataram uma cabrita fugitiva e a devolveram à mãe que do outro lado do cercado a chamava insistentemente. O bicho assustou-se e esperneou, mas lá acabou junto da proteção materno.

Na igreja paroquial de Sopo, digno templo do século XVIII, dedicado a S. Tiago, que foi edificado em granito da região e lavrado pelos canteiros da terra, fizemos uma pausa para meter qualquer coisa à boca e apreciar a paisagem circundante e o escadório virado a oeste, encimada pela estátua de homenagem ao Rev. Joaquim Araújo.

Havia que continuar, pelo que descemos a calçada da Bicha na direção do Vale de Donas e subimos a margem do rio de Real, apreciando os diversos moinhos de água, hoje abandonados e quase engolidos na densa vegetação.

Foi junto à ponte que fizemos a foto de grupo e passamos a subir a Costa de Real na direção do lugar de Pardelhas, onde chegamos junto da Quinta Primavera seguindo-se o largo da Capela de Pardelhas também designada como capela de Abedão ou Abedon ou Abdão ou Abdon ou ainda Eudão, onde fizemos mais uma pequena pausa.

A partir daí passou a acompanhar-nos um simpático canino que nos fez companhia até à hora de almoço, já no lugar de Carvalha, onde fizemos a já merecida paragem junto a uma eira abandonada, onde para além da companhia do cão, também de uma destemida família de cabras.

A subida por Trás do Outeiro ficou para depois do almoço, pelo que foi bastante custosa, mas as vistas que passamos a ter sobre o vale do Minho compensaram o esforço. Depois de apreciar o horizonte visual, tanto para o lado português, como espanhol, passamos a descer até Espinhosa, onde paramos junto da pequena capela de Stº André.

Tomamos então o estradão florestal rumo a norte, até ao alto de um cabeço que nos chamou a atenção por ter no cimo algo brilhante que tomava várias cores, mais parecendo um farol sinalizador que lançava clarões multicoloridos.  Á medida que nos aproximamos percebemos que tinha a forma de cruz e que os clarões não eram mais que os raios solares refletidos na superfície de CD’s ou DVD’s que cintilavam fortemente criando um espectro de cores à distância.

Nesse cabeço, já na freguesia de Gondarém tiramos mais uma foto de grupo, embora desfalcado pelos que preferiram esperar por nós mais abaixo, e pudemos apreciar as vistas sempre espetaculares para o rio Minho e suas ilhotas.

Face ao adiantado da hora descemos inicialmente o estradão florestal na direção do lugar de Mangoeiro, ainda da freguesia de Gondarém, Tendo finalmente subido a M516, de regresso ao inicio do percurso.

O fim de festa foi no Colher de Pau, onde com umas tapas variadas celebramos mais um dia na natureza.

José Almeida
Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2022-02-12
Hora de início09:06
Hora do fim15:53
Tempo total do percurso6h 46m
Velocidade média deslocação2,7 km/h
Distância total linear14,7 km
Distância total14,9 km
Nº de participantes23

Esta atividade está no

95296198
Trilho de Sopo