A manhã estava enevoada e a subida desde Gondarém até Sopo não augurava nada de bom, pois o nevoeiro mal deixava ver a estrada, mas chegados a Sopo o sol raiava, deixando para trás a densa neblina matinal.
Iniciamos este percurso junto à sede da junta de freguesia de Sopo, hoje em dia uma freguesia de Vila Nova de Cerveira, mas que outrora pertenceu a Lanhelas.
Começamos por ir até à curiosa Torre do Relógio, uma doação do benemérito Manuel José Lebrão à freguesia, que tinha por função fornecer a hora exata aos agricultores, para que a partilha de regadio não gerasse confusões.
A imponente torre apresenta ainda mostradores em todos os quadrantes, mas os ponteiros já não mechem, mantendo contudo o funcionamento e o sino ainda dá horas.
Manuel José Lebrão fez fortuna no Brasil com diversos empreendimentos, tendo sido o dono da célebre Confeitaria Colombo, no Rio de Janeiro e quando regressou, fez diversas doações a Vila Nova de Cerveira, destacando-se a do hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Cerveira e em 1926, desta Torre de Relógio de Sopo, de onde era natural.
Cruzamos de seguida o lugar de Cima de Vila até à Quinta e capela de S. Tiago. A quinta, que foi recentemente remodelada, é datada do final do Séc. XIX e é um interessante exemplar de construção romântica.
Contornamos a quinta e passamos a seguir uma longa e conservada levada que cruza uma interessante toucinha – mata de carvalhos, a que o seco inverno confere belas tonalidades.
Chegamos finalmente à proximidade da igreja paroquial de Sopo, onde pudemos apreciar o interessante cruzeiro barroco da Senhora da Piedade, de grande expressividade escultórica, cuja cópia em gesso se encontra no Museu Municipal de Viana do Castelo.
Foi aí que o Miguel e a Augusta resgataram uma cabrita fugitiva e a devolveram à mãe que do outro lado do cercado a chamava insistentemente. O bicho assustou-se e esperneou, mas lá acabou junto da proteção materno.
Na igreja paroquial de Sopo, digno templo do século XVIII, dedicado a S. Tiago, que foi edificado em granito da região e lavrado pelos canteiros da terra, fizemos uma pausa para meter qualquer coisa à boca e apreciar a paisagem circundante e o escadório virado a oeste, encimada pela estátua de homenagem ao Rev. Joaquim Araújo.
Havia que continuar, pelo que descemos a calçada da Bicha na direção do Vale de Donas e subimos a margem do rio de Real, apreciando os diversos moinhos de água, hoje abandonados e quase engolidos na densa vegetação.
Foi junto à ponte que fizemos a foto de grupo e passamos a subir a Costa de Real na direção do lugar de Pardelhas, onde chegamos junto da Quinta Primavera seguindo-se o largo da Capela de Pardelhas também designada como capela de Abedão ou Abedon ou Abdão ou Abdon ou ainda Eudão, onde fizemos mais uma pequena pausa.
A partir daí passou a acompanhar-nos um simpático canino que nos fez companhia até à hora de almoço, já no lugar de Carvalha, onde fizemos a já merecida paragem junto a uma eira abandonada, onde para além da companhia do cão, também de uma destemida família de cabras.
A subida por Trás do Outeiro ficou para depois do almoço, pelo que foi bastante custosa, mas as vistas que passamos a ter sobre o vale do Minho compensaram o esforço. Depois de apreciar o horizonte visual, tanto para o lado português, como espanhol, passamos a descer até Espinhosa, onde paramos junto da pequena capela de Stº André.
Tomamos então o estradão florestal rumo a norte, até ao alto de um cabeço que nos chamou a atenção por ter no cimo algo brilhante que tomava várias cores, mais parecendo um farol sinalizador que lançava clarões multicoloridos. Á medida que nos aproximamos percebemos que tinha a forma de cruz e que os clarões não eram mais que os raios solares refletidos na superfície de CD’s ou DVD’s que cintilavam fortemente criando um espectro de cores à distância.
Nesse cabeço, já na freguesia de Gondarém tiramos mais uma foto de grupo, embora desfalcado pelos que preferiram esperar por nós mais abaixo, e pudemos apreciar as vistas sempre espetaculares para o rio Minho e suas ilhotas.
Face ao adiantado da hora descemos inicialmente o estradão florestal na direção do lugar de Mangoeiro, ainda da freguesia de Gondarém, Tendo finalmente subido a M516, de regresso ao inicio do percurso.
O fim de festa foi no Colher de Pau, onde com umas tapas variadas celebramos mais um dia na natureza.
José AlmeidaInformação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2022-02-12 |
Hora de início | 09:06 |
Hora do fim | 15:53 |
Tempo total do percurso | 6h 46m |
Velocidade média deslocação | 2,7 km/h |
Distância total linear | 14,7 km |
Distância total | 14,9 km |
Nº de participantes | 23 |