2022-01-22 Trilho da Chã da Carreira

Com as devidas precauções derivadas da atual situação de Pandemia, com um tempo de sol com bastante frio, bem cedo lá partimos em direção de Tangil mais propriamente até ao pequeno lugar de Vilar colocado na base de uma encosta da serra da Peneda. Para lá chegar houve alguma dificuldade com as indicações do GPS devido ao grande labirinto de caminhos rurais.

Chegados e após alguma dificuldade para se conseguir estacionamento para todas as viaturas, iniciamos o percurso partindo junto de umas alminhas onde se encontra a placa identificadora do início do percurso.

Caminhamos no sentido contrário aos ponteiros do relógio em direção ao alto da serra, através de antigos caminhos, embrenhados sob uma mata de carvalhos e pinheiros até se atingir o local da Chã da Carreira onde se encontra uma pequena capela evocativa e onde nos esperava o Pedro Monteiro que desta vez escolheu a BTT.

Conforme ia-mos subindo deparávamo-nos com vistas deslumbrantes sobre toda a extensão do vale do Mouro com seus aglomerados dos pequenos lugares, assim como das encostas de toda a serra em redor.
Sempre subindo, a certa altura o silêncio começou a ser cortado pelos disparos de caçadeiras de uma batida ao javali que decorria numa das corgas da serra.

Mais acima atingimos uma pequena elevação onde estava colocado um grande baloiço do trilho, local que foi aproveitado para as fotos da praxe e um pequeno reabastecimento e descanso.

Aqui e um pouco abaixo do baloiço pudemos ver também o Slide existente que atravessa o vale. Mas havia que continuar, novamente subindo. A vista era de grande beleza e mais à frente chegamos ao local de um Miradouro colocado no ponto mais elevado do percurso, local para nova paragem e respetivos registos. Um pouco mais à frente chegamos à Branda de Outeiro de Baixo, agora em completo abandono, mas que gerações atrás serviu de habitação e cultivo.

O caminho era agora plano, embrenhados numa bonita mata de carvalhos iniciamos a descida por um antigo caminho de servidão, que obrigou a redobrados cuidados devido à sua inclinação e que nos levou até ao pequeno lugar de Modelos e um pouco mais abaixo ao lugar de Fundegos, onde junto da sua pequena capela em local resguardado e solarengo pudemos fazer o reabastecimento e descanso. Aqui teve lugar também o já tradicional batismo dos novos caminheiros Vianatrilhos, Fernanda Silva, João Graça, Inês Jurado e João Abreu ao som do também tradicional "Arrium Porum , Bota abaixorum, Amem".

Continuamos descendo através de um carreiro, ladeando antigos campos de cultivo até chegarmos ao lugar de Vilar que atravessamos e onde se encontrava o final de percurso eram cerca das 15H30.

Nota de realce: Neste percurso tivemos a participação de dois pequenos caminheiros netos do Carlos Abreu, o Francisco de 2 anos e sua irmã Mariana de 5 anos ambos aniversariantes no passado mês de Novembro. O Francisco foi sempre transportado numa apropriada mochila pelo seu pai João, já a Mariana foi uma valente caminheira realizando todo o percurso sem ajuda e sem protestos, antes mostrando grande alegria muitas vezes até correndo.

No final deixamos terras de Monção, não sem o aproveitamento de alguns para encherem os depósitos de combustível no país vizinho, rumando depois até Fontão onde no bar Estação 10 sob um pequeno coberto e ao relento do frio do final de tarde se fez o ultimo reabastecimento.

Até Fevereiro se a pandemia deixar.

Miguel Moreira

Vianatrilhos

Tangil

"A paróquia do Divino Salvador de Tangil, padroeiro da freguesia, tem existência muito antiga, pois sabe-se que já se encontrava instituída pelo menos do século XII para o século XIII no julgado medieval de Valadares. O topónimo Crastelo, anterior ao século XII, documenta a existência de populações locais muito remotas.

O topónimo principal, Tangil, ainda no século XII Taagilde ("Collatione Sancti Salvatoris de Taagilde", pode ler-se no texto respetivo das Inquirições de 1258), é o genitivo do nome pessoal de origem germânica Athanagildu(s), de modo que assim fica comprovado que aqui houve uma propriedade de um individuo com esse nome, vários séculos antes da nacionalidade.

Situada em pleno Vale do Mouro, no extremo sudeste do concelho de Monção, Tangil é uma povoação essencialmente rural. Com grande parte da sua população emigrada, os que ficaram dividem-se pela agricultura, construção civil, Industria de alumínio e carpintaria, pequeno comércio e serviços.

A abundância de água para rega proveniente do rio Mouro e seus regatos e a fertilidade natural do solo fazem desta freguesia uma das mais férteis do concelho. Para além dos seus extensos montados, propícios ao pastoreio, milho, vinho, azeite, hortaliças, legumes e frutas são os principais produtos que aqui se colhem a encherem a mesa com destaque para o vinho tinto, um dos melhores da região".

 jf-tangil.com