Chovia copiosamente quando arrancamos de Viana! Várias questões se nos colocavam:
Como estaria o tempo em Espanha na zona de Ponteareas?
Teria sido sensato arrancar com tão mau tempo?
Estariam acessíveis as margens do Xabrinã?
Mas como diz o povo “Quem não tenta, não conquista!” e lá fomos esperançosos com as previsões até ao lugar de Paraños, concelho de Covelo, Pontevedra.
O tempo também colaborou e a chuva foi diminuindo até parar completamente, tendo o estado do tempo melhorado aos poucos, chegando mesmo ao calor na parte da tarde.
Este percurso teve como referência o PR-G 119 - Ruta do Xabriña, que fizemos quase na totalidade.
Iniciamos na Plaza de Cortarel em Paraños e seguimos na direção da igreja de Santa María de Paraños, fazendo a primeira paragem no “Lagar de Cera do Tio Bernardo”.
Muito curiosa a forma como eram aproveitados os favos das colmeias de mel para a extração da cera, muito procurada para produção de velas e outros produtos derivados.
As instalações assemelham-se muito a lagares de azeite, onde era processada a cera amarela, com a caldeira onde eram derretidos os favos em água, a prensa de trave e as pias, em que era decantada a cera da água.
Depois da foto de grupo na Eira da Cera, local em que era estendida a cera para ser branqueada, descemos à igreja de Santa María de Paraños, onde pudemos apreciar o seu interior, festivamente decorada com cravos brancos, certamente como decoração de próxima boda.
Saídos de Paraños descemos ao rio, junto da Ponte de A Lagoa e iniciamos a subida do rio Xabriña pela sua margem esquerda, observando tanto o gracioso curso de água, com pequenos rápidos e belas cascatas, como a luxuriante vegetação, como os diversos moinhos e fontes, quase completamente cobertos de musgos e líquenes, meio escondidos na frondosa vegetação.
Fomos assim passando pelo moinho de Recoucón, Fonte de Fame, moinhos de Medelas, de Paquito, de Rita, do Outeiro e das Brasileiras, ponte do Roupeiro e Moinho da Ponte.
É um troço de inigualável beleza, que nos levou a diversas paragens para apreciar e registar estas maravilhas, atrasando bastante o programa previsto.
Fizemos depois mais uma pausa no parque de merendas junto ao Moinho da Ponte ou do Roupeiro, agora totalmente reconstruído, onde pudemos observar pormenorizadamente o seu engenho.
Mais à frente passamos na fonte e moinho da Feixa, moinhos das Tapadas, onde se destaca o da Fraga do Rei, junto à Pontella das Tapadas, seguindo-se o Pozo do Demo.
Infelizmente o acesso ao poço pela margem esquerda estava interdito, pois uma árvore tombou impedindo a progressão, não tendo havido outra alternativa senão iniciar a ingreme subida para a estrada, que cruzamos, regressando mais à frente à margem do Xabriña.
Depois da ponte de Portaseixas fizemos um pequeno desvio ao Rio Azal, observando a luxuriante vegetação e suas pequenas cascatas, cruzando o curso de água nas belas Cascatas do Azal, junto da Fraga das Millariñas, regressando de seguida ao Xabrinã, para continuar a sua ascensão.
Seguimos pela Carballeira das Chozas, passamos junto aos moinhos Toubedos, da Veiga e mais à frente pelo moinho da Costa, pertencentes aos “vecinos” de Prado de Canda.
Depois de cruzar a Ponte de Folón, iniciamos a subida do Camiño Real, que nos levou ao lugar de Prado de Canda, fazendo o reagrupamento dos caminheiros junto às alminhas dedicadas a Stª do Rosário.
Mas as horas iam adiantadas e havia que acelerar, para arranjar um sítio para o almoço, pelo que rapidamente tomamos caminhos rurais que nos levaram pelas povoações de A Bouza e depois Corzós, com a sua pequena capela dedicada a San Miguel, descendo depois de novo ao Xabriña para passar junto ao moinho do Codesal e da Ovellas, iniciando finalmente a subida para A Lamosa.
Na ingreme subida, fomos passando por diversas "eiras da cera", nomeadamente na casa de “Las Brasileiras”, chegando finalmente à sua igreja paroquial consagrada a S. Bartolomé.
E foi junto à “Iglesia de San Bartolomé de A Lamosa” que fizemos a merecida e já tardia refeição, recompondo as forças e aproveitado o solheiro para nos aquecer o corpo.
Fomos depois dar um salto a mais um Lagar de Cera, mas em total ruína, tendo regressado a Lamosa, para iniciar nova descida ao Xabriña, passando pelo moinho da Grifa.
Seguiu-se a descida pela margem direita, mesmo defronte do trilho que seguimos de manhã, o que nos voltou a proporcionar a contemplação da sua espetacular flora, agora ainda mais nítida pelo sol que penetrava na densa vegetação, fazendo sobressair ainda mais os verdes dos musgos e líquenes, até níveis verdadeiramente cintilantes.
A viagem junto ao rio acabou junto do Pozo do Demo, em que o Xabriña vence o aperto das margens, ganhando velocidade e pujança, para se precipitar mais abaixo numa graciosa cascata.
Foi tempo para mais uma foto de grupo, antes de iniciar a subida final para Paraños, onde terminamos mais esta atividade.
A paragem final foi em Monção, para uma última despedida no Mira Espanha, já que uns foram para Melgaço – Festa do Alvarinho e do Fumeiro, outros regressaram diretos a Viana e outros foram a Outeiro, para uma degustação de garrano, especialidade única das festas da freguesia.
José AlmeidaInformação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2014-04-26 |
Distância | 17,5 Km |
Tempo de deslocação | 06h 03m |
Tempo parado | 58m |
Deslocação média | 3.0 Km/h |
Média Geral | 2,5 Km/h |
Nº de participantes | 15 |