O ponto de partida foi S. Lourenço da Montaria. Subimos a ingreme calçada da Encosta do Curral que nos guindou até uma casa florestal e um pouco mais acima à formação rochosa da Porta da Vila, onde foi tirada a "foto de grupo" neste singular local, que a natureza moldou.
Seguimos depois para o local em que se encontra um antigo povoado milenar ou antiga “Branda”, onde pudemos observar dispersos vestígios da sua ocupação humana.
O percurso seguiu a meia encosta, num troço paralelo à Chã Grande passando pela meia encosta do Alto da Chãzinha, atravessando a Corga do Regueiro da Póvoa, seguindo depois por entre os Três Coutinhos, até um conjunto de curiosas pedras, com os seus afloramentos cristalinos.
A pausa para almoço foi um pouco abaixo dessas pedras, abrigados do vento que teimava em nos fustigar.
Depois de retemperados as forças, seguimos e descemos até à Chã do Guindeiro.
Aí tomamos o trilho dos caminheiros de S. João D'Arga, proveniente de S. Lourenço da Montaria, que abandonamos logo a seguir, para trepar pelo maciço rochoso, seguindo a meia encosta.
Depois de um troço a corta mato, acabamos por desaguar num caminho florestal, que liga a Pedrulhos.
Depois foi seguir a encosta da Branca até ao viveiro florestal de S. Lourenço da Montaria e daí ao local de partida.
O lavar dos cestos foi no 27, onde retemperamos as agruras deste belo dia serrano.
José AlmeidaVianatrilhos
Perdido nesse belíssimo Santuário da natureza que é a Serra de Arga, existe um povoado antiquíssimo que importa e urge classificar. Tudo indica tratar-se de um património arqueológico de grande valor. Não se sabe a idade nem a sua origem, mas parece anterior a qualquer aglomerado populacional das fraldas da Serra de Arga.
A sua situação geográfica é privilegiadíssima. O local, virado a sul, com uma vista deslumbrante sobre o vale do Ancora e sobre o mar, apresenta condições verdadeiramente singulares. O terreno quase plano, fértil, é banhado par um riacho a partir do qual se forma o rio que vai desaguar em Vila Praia de Âncora. Está dividido em diversas parcelas delimitadas com paredes e marcos graníticos, junto das quais existem pelo menos umas 30 casas redondas de pedra, cobertas com lajes, muito próximas ou ligadas umas às outras. Não apresentam, contudo, quaisquer vestígios de a pedra ter sido trabalhada ou aparelhada com ferramentas. Numa primeira impressão, mas que apenas cabe aos especialistas avaliar, parece tratar-se não de um povoado de caracter sazonal mas permanente.
Rodeado por três cotos que protegem aquele espaço dos rigores do inverno e dos ventos norte, o local apresenta condições ideais de pastoreio e permanência para pessoas e gado ao longo de todo o ano. Aliás, ainda hoje, curiosamente, pode ver-se como este é o sítio escolhido pelo gado para pastor, pernoitar e proteger- se do frio e do sol estival. É para Iá que vão as suas preferências em particular, agora, os cavalos selvagens, que tanta graça emprestam aquela Serra paradisíaca.
Sente-se naquele local uma mística, um encanto e uma paz difíceis de descrever. É um espaço que apela e convida à contemplação, ao enlevo. Não admira pois que as gentes de então a tivessem escolhido para viver e proteger-se.
No passado sábado, logo de manha cedo, um grupo de Amigos do Serra de Arga, vindos dos mais diversos lugares do concelho de Viana, rumou a este local, para pôr a descoberto este povoado, completamente escondido par giestas de grande porte, nascidas há cerca de 25 anos, após o grande incêndio que transformou a Serra de Arga num archote dantesco. A alegria e a satisfação que reinava no grupo era permanente e contagiante.
Liderados par Manuel Paula, em representação da Associação Cultural e Desportiva Montariense, um apaixonado pela sua terra e pela Natureza, a quem a Montaria já tanto deve ao seu abnegado esforço pela preservação do seu património histórico e cultural, os trabalhos decorreram com grande entusiasmo.
Cada um fazia o seu achado, e logo chamava os outros para que viessem ver. Venham ver esta! Olhem que perfeita! Era o encontro do presente com o passado, onde se perscrutava o sagrado das nossas origens. Alguns, de imaginação mais fértil e cómica, chegaram a encenar o quotidiano daquelas gentes. Trabalhou-se e suou-se muito. Mas o que se recebeu foi muito mais, do que aquilo que cada um deu. Era essa a imagem gratificante que todos mostravam, ao fim da tarde, e depois de terem partilhado as suas merendas. Todos prometeram continuar. Venham mais! Há lugar para todos. Fica aqui o apelo.
A limpeza desta estância só foi passive] graças ao uso de moto-serras, hábil e profissionalmente manejadas por Fernando Pereirinha e Meireles, Amigos do Serra de Arga.
Os trabalhos irão prosseguir até que tudo fique a descoberto, a fim de este património ser definitivamente classificado.
Manuel da Tianarosa
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2013-03-20 |
Tempo de deslocação | 04h 07m |
Tempo parado | 01h 27m |
Deslocação média | 3,3 Km/h |
Média Geral | 2,4 Km/h |
Distância total linear | 13.3 km |
Nº de participantes | 4 |