O aquecimento foi feito na subida alcatroada que liga a capela de Nª Srª das Necessidades à aldeia de Vilela Seca, onde tomamos um caminho rural, que sobe para Lordelo.
Este estradão, que sobe a meia encosta, tem uma vista magnífica para as serras circundantes e para o profundo vale do Ramiscal. Contorna a serra e passa defronte de Avelar, espetacular com os seus verdejantes socalcos, testemunho do muito labor das suas gentes e do importante papel que a agricultura já teve no desenvolvimento destas, hoje abandonadas paragens, onde só os mais velhos teimam em ficar.
Com a Louise sempre na dianteira, lá fomos seguindo, até que de repente… o caminho acabou!
O pior é que acabou porque a nossa intrépida “guia” mais uma vez se enganou “perdendo” o trilho, levando atrás os restantes convivas, distraídos com as vistas e a cavaqueira.
Dado pelo engano, retomamos a corta-mato o trilho, divisando-se já Lordelo à nossa frente.
Após um breve encontro de 1º grau com as belas "cachenas" que seguiam para o pasto, chegamos à aldeia, onde fizemos o reagrupamento, aproveitando para uma conversa com a D. Joaquina, que parou as suas lides diárias, para vir saber o que andava tanta gente a fazer por estas paragens. Lá nos contou depois as novidades da aldeia elucidando-nos sobre o caminho a tomar para a branda de Lamelas.
Tirada a foto conjunta, dirigimo-nos para o seu pequeno cemitério, onde o Miguel recordou uma recente tragédia da aldeia, com a morte de um homem e seus 2 filhos menores, surpreendidos pela explosão de uma bilha de gás. Logo de seguida seguimos para a branda de Rodrigo, onde infletimos à esquerda, subindo uma pedregosa ladeira, com mais de 300 m de desnível , que liga ao estradão que passa junto da branda de Lamelas.
Aí é que foram elas! Muito pior que um escadório! As pernas a fraquejar, o peito a arfar, as costas a doer, lá nos fomos arrastando na penosa subida.
O silêncio imperava! Até as mais faladeiras caminheiras emudeceram completamente para poupar as forças! Nem sequer deu para apreciar as vistas! Olhos no chão, costas vergadas, suor no rosto...
E o Miguel sempre a repetir.
- Vá lá! Força! Não parem! Avancem no vosso passo, mas não parem! Senão depois é pior!
Pior era porém difícil, pois as pernas fraquejavam… as costas doíam…, roubando as forças e obrigando mesmo a algumas paragens, para retemperar as forças.
Foi um total massacre, mas chegados ao estradão florestal, a situação normalizou.
Um pouco à frente, lá estava a branda de Lamelas, bem nossa conhecida de outras incursões na serra. Foi aí que fizemos a pausa de almoço, aproveitando os muros e cardenhas para abrigo do vento gelado que entretanto surgiu, pois o dia começou a toldar.
Finda a refeição, o Miguel desafiou-nos para subir um pouco mais, contornado pela esquerda a branda , subimos até divisar a sua vertente norte. Valeu bem a pena, pois foi uma foi uma imensa paisagem que se abriu perante nós, com a aldeia de Sistelo em primeiro plano.
Regressamos à branda e seguimos pelo estradão florestal até à proximidade de Tabarca, onde o Mesquita primo levantou a possibilidade de deixar o alcatrão e seguir por um atalho alternativo, que visualizou na excelente cartografia do seu GPS. Após alguma ponderação, pesou o bom censo, pelo que descemos para Tabarca, regressando ao ponto de partida, por um bem mais interessante caminho rural.
O lavar dos cestos foi em Ponte de Lima no 27, onde com um sonoro coro, se festejou o aniversário da Celine, esquecendo as agruras do dia, que pôs bem à prova, as nossas capacidades.
José AlmeidaVianatrilhos
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2013-02-16 |
Tempo de deslocação | 04h 53m |
Tempo parado | 02h 24m |
Deslocação média | 3,5 Km/h |
Média Geral | 2,4 Km/h |
Distância total linear | 17.25 km |
Nº de participantes | 32 |