2011-04-16 Trilho Castrejo

Depois de uma primeira tentativa falhada para a realização deste percurso devido ao mau estado do tempo, desta vez fomos brindados com um dia pleno para esta caminhada em terras castrenses.

“Este PR – “Trilho Castrense”, tem o percorrido através de caminhos que ligam Brandas a Inverneiras e, no caso em que estes estão cobertos pelo asfalto, decorre por caminhos alternativos. São caminhos que remontam á idade média dos quais restam algumas pedras de calçada, pontes de arco, antigas. São caminhos cheios de ruralidade que por vezes atravessam frondosos bosques de carvalhos  Alvarinho, matos rasteiros floridos, ribeiros e regatos de águas cristalinas que regam pastagens, cercadas por muros de pedra solta”.

A “Vila” de castro Laboreiro, localiza-se no planalto com o mesmo nome, numa extensa área do PNPG. O seu nome vem das palavras Castrum, Castro-povoação fortificada pelo povo castrejo, de raça celta, que depois do seu nomadismo de milhares de anos nos planaltos, vivendo da caça e da pesca e depois do pastoreio, se fixou nos outeiros para ali viver desde quinhentos anos antes de Cristo, até ao século VI da era cristã: Laboreiro – do Latim “Leprus”, Leporis, Leporem, Leporarium, Lepporeiro, Laboreiro”.

Instalados no autocarro fizemos a ligação entre Viana e Castro Laboreiro, acompanhados de outros em viaturas, para além de mais companheiros que de Braga lá foram ter.

Depois dos preparativos da praxe, e acertado o “lanche”, com a brisa da manhã, iniciamos os 39 caminheiros este percurso. Aos poucos o grupo foi-se estendendo e como seria de esperar também logo que o acidentado do terreno se fez sentir, também logo qual cabra montês a companheira Louise procurou para caminhar as partes mais acidentadas.

Atingido o primeiro ponto alto logo as vistas se estenderam para o fundo do vale no contraste entre os vários elementos da natureza. Após de uma descida acidentada uma presa de água da serra para regadio, foi pretexto para um registo fotográfico do grupo. Continuamos descendo entre bosque de carvalhos passando pela Inverneira de Barreiro até chegarmos á de Assureira, local onde visitamos a capela de S. Brás e a ponte de mesmo nome, e em que foi aproveitado para mais uma foto do grupo.

Mais á frente e após acompanharmos breve trecho do laboreiro, passamos sobre a bonita Ponte Nova, cruzada por reis e rainhas, mais uma vez local escolhido para mais tarde recordar. Continuamos agora subindo através da encosta de Cabeçãs até chegarmos à Inverneira de Curveira repleta de ruralidade, com algumas casas de telhados em colmo, recantos de grande rusticidade, com o seu típico Forno Comunitário ainda com serventia.

Ao longo do trajecto alternando-se as companhias iam-se pondo em dia as conversas, reinando o bom ambiente e camaradagem. Mas o pior estava para vir, ou seja a subida para o Bico do Patelo, um dos pontos mais mediáticos deste percurso. Com calma e ao ritmo de cada um, se foi fazendo a linda e espectacular subida que para alguns parecia talvez não mais acabar. Subindo, sempre subindo, olhando para o “Bico” sempre na esperança de o ver mais perto e alcançar.

Quando se atinge o “dito” a vista espraia-se para o vale, é soberba. Descansa-se um pouco e logo temos de continuar novamente subindo através de uma mata de carvalhos, com o reino da pedra a envolver-nos, e por onde desponta em pleno de cor amarela a flor da carqueja.

“Nesta subida temos de destacar a bravura do companheiro Nogueira da Silva, que com estoicismo e abnegação, no seu ritmo pausado, venceu esta dura batalha, que com toda a certeza mais tarde irá recordar. Aqui lhe deixo as minhas humildes desculpas pelo esforço despendido”.

Mas a hora era agora de reabastecimento, e após a subida, sob a sombra de um bosque de carvalhos se fez o reagrupamento, e se degustaram os farnéis.

Findo o reabastecimento novamente foram colocadas as mochilas nas costas e empreendemos o percurso. Um pequeno grupo “talvez” mais desgastado encurtou caminho e rumou em direcção da Inverneira de Cainheiras onde ficou á espera do grosso da coluna que realizando um trajecto mais longo passou pelo cruzeiro e capela de N. S. do Anemão (padroeira do PNPG) e pelas Brandas de Seara e Padrosouro até Cainheiras onde os dois grupos se reencontraram.

A tarde já ia avançando e o cansaço fazia-se notar. Mais á frente cruzamos a Inverneira de Varziela com a sua bonita ponte sobre o ribeiro de mesmo nome e após atingirmos o alcatrão e um pouco mais de esforço atingimos finalmente a “Vila” visitando o seu centro cívico com a Igreja e Pelourinho.

Tanto esforço merecia agora melhor recompensa, pelo que num restaurante local fizemos o esperado “lanche/ajantarado”. Neste foi patente a boa disposição, num ambiente de sã camaradagem, pena foi mais uma vez ter falhado a parte instrumental.

O regresso ás origens decorreu de forma normal, ficando-se á espera de nova jornada, que será em terras limianas.

No final e como conclusão julgo ficou a certeza de mais uma jornada, que a todos nos enriqueceu passada em terras de Castro Laboreiro, que ainda é Portugal.

Miguel Moreira

Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2011-04-16
Tempo de deslocação04h 45m
Tempo parado03h 09m
Deslocação média 4 Km/h
Média Geral2,4 Km/h
Distância total linear18.6 km
Nº de participantes39