2011-01-29 Trilho das Azenhas de Antas

Passava pouco das 09,30 horas quando as quase 6 dezenas de valentes iniciaram, junto à Capela de Santa Tecla, na freguesia de Antas, no vizinho concelho de Esposende, o percurso do Trilho das Azenhas.

Embora se sentisse um pouco de frio, o tempo com sol e algumas nuvens fazia adivinhar um dia propício para caminhar e usufruir da beleza do meio que nos envolvia.

Depois de seguirmos durante algumas dezenas de metros ao longo do Rio Neiva, aqui já muito próximo da foz, inflectimos para o interior da freguesia e, passados minutos, o grupo estendia-se em longa fila indiana pelos férteis campos de cultivo.

Cruzada a EN 13 o grupo internou-se no interior da aldeia e cedo vislumbrou a casa do Barão de Maracanã para, um pouco mais adiante fazer uma pausa junto ao Café Kabul (assim mesmo com K e tudo) onde alguns caminheiros aproveitaram para se aquecerem com um saboroso café.

Retomada a marcha em toada lenta, um pouco adiante deixamos o percurso marcado para ir passar junto à Quinta do Belinho, onde viveu e morreu em 1960 o poeta António Correia de Oliveira. Porque não foi possível visitar a casa do poeta, apesar das diligências previamente encetadas para tal, o grupo dirigiu-se até junto da Capela da Senhora do Rosário, também pertencente à casa e que, por se situar defronte da mesma e num plano superior, permitiu uma espreitadela de longe.

Daqui seguimos por uma frondosa mata a contornar o Monte da Cividade, ao qual alguns subiram. Nesta local, conforme o nome indica, terá existido um castro, do qual não resta já qualquer vestígio visível. Em contrapartida é possível disfrutar de lindíssimas paisagens.

Reagrupado o grupo, seguimos o nosso caminho até à Igreja de Antas, em cujo adro pudemos admirar um Cruzeiro de rara beleza. Um pouco mais à frente fizemos um ligeiro desvio para apreciar um menir edificado nas proximidades.

Iniciamos então uma suave descida tendo passado ainda pelas ruínas de 2 moinhos de vento, hoje no interior de um pinhal cerrado.

E eis que surge aos nossos olhos o bucólico Rio Neiva, que transpusemos para a margem direita. Aqui, aproveitando a amenidade e beleza do local e a toada musical do avanço das águas e porque a hora já o recomendava, fizemos a merecida pausa para retemperar forças com a vianda que carregávamos nas mochilas.

Daqui para a frente e durante quase 5 quilómetros caminhamos sempre ao lado do Rio, agora ainda na margem direita, mas um pouco adiante, novamente na margem esquerda.

Fomos parando aqui e ali para admirar e registar em fotografia os excelentes postais ilustrados que nos eram sugeridos pelas sucessivas cascatas de água e ruínas de antigos moinhos e azenhas, com destaque para a Azenha da Carvalha, junto das ruínas de uma antiga ponte, Azenha do Palhurdo e Azenha de S. Sebastião ou Azenha Branca.

Finalmente regressamos ao ponto de partida, satisfeitos e consolados por mais um belo dia passado em contacto com a Natureza.

Chegamos ao fim da caminhada mas não ao fim da jornada.

Daqui dirigimo-nos, agora de carro, para o Restaurante Anabela, em Anha para, em saudável e alegre ambiente, saborear um suculento jantar a que a Organização eufemísticamente tinha chamado de lanche. A metamorfose do lanche em jantar ficou a dever-se especialmente à generosidade e empenhamento da D. Isabel, co-proprietária do Restaurante.

Já perto do final do repasto deu entrada triunfal no recinto a Banda Musical Viana Trilhos que veio trazer ainda mais alegria e animação ao fraterno convívio.

A Banda era constituída por Miguel nas castanholas, Mário e Rui Afonso à viola, Irene e Rego nos cavaquinhos e Jorge na concertina.

Durante a actuação a Banda tornou-se internacional com a integração da conhecida super star Louise, originária do Reino Unido, que se mostrou eximia tocadora de castanholas.

Foi tempo de alegria, riso, musica, canto… amizade.

Face ao sucesso da Banda prometemos que no futuro haverá mais.

Até sempre.

Armando Branco

Vianatrilhos