08H00, manhã fria, o gelo acumulado nas viaturas, na relva dos canteiros e na erva dos campos dá-nos a imagem real do estado do mesmo, o que não invalida que mesmo assim vão chegando todos aqueles que querem marcar presença na última actividade do ano. Falta o Jorge e a Celina que devido a um acidente na ponte metálica de Viana tiveram de retroceder e vir pela ponte nova.
Arrumadas as mochilas, instalados no autocarro, rumamos até Povoa de Lanhoso, onde junto da rotunda que evoca a ourivesaria da região nos esperam os companheiros vindos da região do Porto nas suas viaturas. Ao longo do trajecto como é natural foram-se pondo as conversas em dia.
Já na freguesia de Sobradelo da Goma após passarmos uma pequena ponte sobre o rio Ave, junto à pequena barragem das Andorinhas, subimos para a Aldeia Turística de Carreira, com o gelo aqui e ali presente na estreita estrada, eis que numa subida em curva mais apertada o autocarro não avança, a precaução aconselha prudência e o desconhecimento do resto do trajecto levanta a dúvida. Mas ainda existe gente boa, um popular residente apercebendo-se da nossa dificuldade convida-nos a ir na sua carrinha mostrar como é o resto da estrada. Assim, eu e o Pimenta fizemos os cerca de 2,5 Km que nos separam da aldeia de Carreira. Pelo caminho o nosso bom samaritano emigrante na Suíça vai-nos dando um pouco da imagem da sua vida e mostrando as dificuldades do trajecto com a impossibilidade do autocarro chegar à aldeia, pelo que o único local será já muito perto da aldeia um pequeno largo na borda da estrada utilizado pelos camiões de madeireiros.
Regressados ao autocarro e após conversa com o condutor (Sr. Machado), o mesmo resolve arriscar e com todos os cuidados devido ao gelo lá conseguiu levar-nos até ao local, onde após várias manobras conseguiu colocá-lo em posição de regresso.
Sobradelo da Goma é uma freguesia que dista cerca de 10 km da Póvoa de Lanhoso, sede do concelho. Possui um relevo muito acidentado, descansando no sopé da serra do Merouço, onde já chegaram também as eólicas. A paisagem é granítica de meia encosta para cima e verde no fundo do vale com as águas frescas e cristalinas dos ribeiros. Assim é esta zona rural. O ribeiro Queimado , que tem nascente e foz na freguesia, desaguando no rio Ave, constitui, desde sempre motivo de fixação da população junto das suas férteis margens, propícias à agricultura.
Hoje em dia, tal como em outras terras deste país, um terço dos seus naturais estão espalhados pelos quatro cantos da emigração, e os residentes na sua maioria dedicam-se à arte do fabrico da famosa filigrama povoense.
O turismo tem também aqui fortes motivos de interesse e razões de desenvolvimento, com destaque especial para a Aldeia Turística de Carreira.
Colocadas as mochilas às costas rumamos então finalmente à aldeia de Carreira, onde no seu centro cívico se encontrava o início dos percursos a efectuar, e onde já nos esperavam os que vieram em automóveis. Já reagrupados, iniciamos o primeiro percurso caminhando por um caminho ladeado por eucaliptos até ao início da subida algo íngreme e ziguezagueando nos levou até ao alto a uma plataforma a cerca de 500m de altitude. Daqui a vista estende-se podendo-se disfrutar de uma bela paisagem sobre a freguesia, Castelo da Póvoa de Lanhoso, Santuário do Sameiro de Braga e tendo como pano de fundo a norte as cumeadas das serras da Cabreira e do Gerês.
Mais para cima estava já a Louise, que só quer “trepar”, mas que desta vez teve de regressar até nós para iniciar agora a íngreme descida, aqui e ali com redobrados cuidados devido ao gelo existente, cruzando a povoação e chegar novamente ao ponto de partida onde nos esperavam a Aurora e a Judite “gasipas” deste percurso.
Breve repouso com tempo para um café e cerca das 12H00 demos início ao segundo percurso, agora descendo através de uma antiga calçada ladeada por verdejantes campos de cultivo, transpondo o ribeiro Queimado para chegar ao lugar de Várzeas, até junto da pequena capela evocativa de Santo António. Junto da mesma e enquanto alguns se abasteciam e degustavam com deliciosos dióspiros, outros aquecidos pelo astro-rei, não perderam tempo para fazer o reabastecimento. No café local pode-se ainda tomar o “mata bicho”.
Retomamos o percurso, continuamos sempre através de caminhos rurais para a breve trecho sobre um pequeno pontão transpor novamente o ribeiro Queimado. Passamos pelo lugar de Outeiro onde houve oportunidade para conversar com naturais que atavam as vinhas tipo “enforcado”. Continuamos agora subindo junto a um pequeno ribeiro com alguns antigos moinhos e azenhas, passando depois por entre campos de cultivo, em direcção da aldeia de Carreira, onde à entrada e na “Casa da Capela” de Turismo Rural houve oportunidade de ver o desmanchar de um porco acabado de matar.
A tarde já ia arrefecendo, pelo que regressados ao autocarro e às viaturas rumamos até à Póvoa de Lanhoso, onde nos esperava agora uma pequena subida a pé até ao cimo do Monte do Pilar, local onde está colocado o conhecido castelo que foi por nós visitado, e onde do alto do mesmo houve assim oportunidade para se ver a cidade.
Cerca das 17H00 era chegada a hora de rumar a Garfe, a Aldeia dos Presépios, onde chegamos após breve viagem (6 km) e com a noite a aparecer.
Pelo nono ano consecutivo as gentes de Garfe oferecem aos visitantes o resultado da sua criatividade na execução de autênticas manifestações artísticas, expressas em cada um dos presépios, pela diversidade da história da região e da vida campestre, em comunhão com a época festiva do Natal.
São 15 os presépios em exposição distribuídos pelo espaço físico da freguesia, representados por miniaturas ou figuras de dimensão quase real, dinâmicos ou estáticos. Mantendo uma tradição nascida com o evento, é celebrada diariamente uma missa em cada um dos presépios.
Paralelamente com a exposição dos presépios estava patente uma mostra de artesanato e outros produtos locais. Aqui recolhemos as informações necessárias para efectuar a visita dos mesmos, e parecia que estavam já á nossa espera, pois logo nos perguntaram se éramos os de Viana que vinham para a visita ( deve ter sido informação da junta , após o nosso contacto para recolha informações). Sobre este pormenor e relacionado com a nossa visita no JN de domingo seguinte saiu uma referência.
Foram 9 os presépios visitados ao pormenor, cada um com as suas características, percorridos através dos caminhos pouco iluminados em noite fria. Os populares para se aquecerem tinham fogueiras, ou utilizavam os próprios fornos dos presépios para cozer pão ou bolas de sardinha ou de carne, que ofereciam aos visitantes.
O dia (noite) já ia longo para quem como nós, cedo o tinha começado, e alguma fome já dava os seus sinais.
Com alguma alegria chegamos finalmente á “Tasca da Costa” onde se visitou o ultimo presépio (da Roda) e em ambiente bem rural pudemos finalmente realizar o Convívio Natalício composto por “Bacalhau Recheado à Costa”, bem regado, e com rabanadas por sobremesa. O convívio decorreu de forma excelente, em ambiente de pura confraternização, julgo que com agrado de todos.
Infelizmente a hora (10H00) aconselhava ao regresso. Assim, após as despedidas aos companheiros oriundos do Porto, com votos de Festas Felizes todos regressamos a casa.
Em meu nome e em nome do VIANATRILHOS aqui ficam os votos de BOAS FESTAS e um 2011 cheio de actividades.
Miguel Moreira
Vianatrilhos
IMPORTANTE: Pedem-se voluntários que se disponham para a realização de uma ou outra actividade. Não tenhas receio dá o teu contributo.
PR2 Trilho do Monte Merouço (aldeia turística de Carreira – freguesia de
Sobradelo da Goma – Povoa de Lanhoso)
PR3 Trilho de Ribeiro Queimado “ “ “
Visita ao Castelo da Povoa de Lanhoso
Percurso da Aldeia dos Presépios em Garfe
Jantar de Natal (Tasca da Costa – Garfe)
Nº. de participantes: 46
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2010-12-18 |
Tempo de deslocação | 02h 25m |
Tempo parado | 02h 17m |
Deslocação média | 3,8 Km/h |
Média Geral | 2 Km/h |
Distância total linear | 8.8 km |
Nº de participantes | 46 |