2009-09-12 Passeando Perre

Passada a época de praia, era tempo de definir a actividade da Vianatrilhos para a nova época, pelo que em final de Agosto, junto ao cais do rio Lima, o “estado maior” do grupo definiu as linhas gerais de orientação para a nova época 2009/2010.

Ficou assim definida a partilha de responsabilidade organizativa dos diversos eventos pelos membros do grupo, pelo que a cada um dos respectivos organizadores caberá a quota-parte da organização e suporte.

A primeira actividade da época, foi assim marcada na Zona de Viana do Castelo, para “aquecimento” e primeira jornada de confraternização de uma época que se adivinha rica e diversificada.

Escolheu-se a freguesia de Perre, do concelho de Viana do Castelo, quer pela proximidade, quer pela sua característica rural, vale de terras férteis encravado entre as encostas das serras de Perre, Santa Luzia, Amonde e Agra.

Desta vez coube ao Moreira e ao Miguel toda a organização do evento, o primeiro pelo conhecimento da região, de onde é natural e residente e o segundo na organização e logística associada.

Começamos junto à sede da Associação Desportiva e Cultural de Perre, subindo para o Alto do Calvário, com o seu testemunho de ocupação castreja, onde tiramos a foto de grupo e o Moreira nos indicou de longe o percurso da manhã.

Face à elevação do local e a sua posição privilegiada, é um local de excepção para ver o enquadramento do vale de Perre e Outeiro e do vale do Lima, com Viana em pano de fundo.

Descemos depois para a Igreja Paroquial, continuando logo de seguida para a capela do Sr. Dos Passos, localizada logo no início da estrada do Pisco, que se ergue sobre uma pequena elevação artificial, atrás de um magnífico cruzeiro talhado em granito. A sua imagem principal é a Soledad, que representa Nossa Senhora depois da morte de seu Filho.

Continuamos para acapela da Sr.ª das Dores, antiga igreja paroquial, onde actualmente se veneram as imagem de Nossa Senhora das Dores, de S. Sebastião, S. Lourenço, Nossa Senhora de Lurdes e Nossa Senhora das Rosas – padroeira de festa organizada por rapazes e raparigas da freguesia, desde que se encontrassem solteiros. Actualmente serve de Capela funerária.

Depois seguimos o Moreira que nos levou pelo meio do lugar do Pisco, até à capela de Nossa Senhora da Conceição, em invocação da Rainha Maria Imaculada Concepção, datada de 1632, que tem como especial curiosidade. ter por trás do sacrário uma imagem de Santa Maria Madalena, meia escondida, que segundo a lenda foi aí colocada pela família detentora da capela, quando encerrou uma cisterna que tinha no seu fundo, uma pequena capela.

Cruzamos depois os lugares de Nina e Portelas, na direcção do lugar de Monção, onde pudemos apreciar a pequena capela de Nª Sr.ª de Fátima, pertença da casa Quesado anexa.

Fizemos um desvio até ao ribeiro de Outeiro, para apreciar na sua margem um interessante conjunto de moinho e tanques usados no processo de transformação do linho, hoje ao abandono e que bem mereciam uma intervenção que lhes conferisse o destaque que tiveram e pudessem continuar a testemunhar os antigos usos e costumes, em grave risco de completo desaparecimento.

Após uma curta visita à praia fluvial, regressamos à margem esquerda da ribeira de Outeiro, para continuar por caminhos rurais até à bela capela de Nª Sr.ª do Resgate, anexa à casa do Crasto, no lugar de Vila Meã, virada para sul, dominando a extensa veiga, que antecede Viana e o mar, onde pudemos apreciar a bela imagem de Nossa Senhora do Resgate no quadro da Ressurreição.

Depois de visitar a sacristia e uma pausa para apreciar a paisagem, regressamos ao caminho principal, que abandonamos um pouco adiante, para cruzar o ribeiro, junto a uma azenha, onde aconteceu um pequeno incidente protagonizado pelo Celso, que absorto pela conversa ao telemóvel, tombou na travessia, sem consequência maior que o susto que causou aos outros companheiros, que temeram mais estragos.

Chegamos depois à interessantíssima capela de S. Francisco Xavier, santo protector dos estudantes, que nunca o esquecem nas horas de aperto... O seu altar com a imagem de S. Francisco Xavier, com Santa Catarina à direita S. Vicente à esquerda, bem como os ricos azulejos, evocativos do Santo quando pregava na Índia, mereceram atenta observação dos presentes. Um outro motivo de interesse foi o peso, apresentado pelo actual proprietário, como correspondente ao valor de toda a propriedade, em libras de ouro.

Percorremos então um interessante trecho campestre, pelas vinhas e leiras de milho, bordejando o ribeiro até à velha Ponte do Arco, testemunho românico completamente abandonado, perdido no meio da vegetação, onde conseguimos encontrar as inscrições atribuídas aos seus construtores.

Depois de refrescar, continuamos para a capela de Nª Sr.ª do Olival, devoção das mulheres grávidas, que aí se deslocavam em peregrinação.

Regressamos então à Igreja Paroquial de Perre, onde fomos surpreendidos com o museu anexo, com o seu valiosíssimo espólio, recolhido com o amor e carinho de quem verdadeiramente gosta das coisas e costumes da sua terra.
Foi um prazer acompanhar as explicações que nos foram sendo transmitidas, sobre a reconstituição da residência do pároco, zona dedicada às artes e ofícios, réplica da escola primária, peças religiosas várias e por fim o presépio, que deliciou os presentes.

 O dia acabou na Associação Desportiva e Cultural de Perre, com um pica-no-chão que tardou, mas não comprometeu as expectativas, proporcionando um animado convívio.

Uma última palavra para a equipa dos Moreiras, que para além de nos guiar sem hesitações pelos tortuosos caminhos, nos proporcionou a abertura excepcional das diversas capelas que percorremos, bem como na visita guiada ao museu da freguesia, demonstrando um elevado empenho na organização do evento.

José Almeida

Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2009-09-12
Tempo de deslocação03h 07m
Tempo parado01h 22m
Deslocação média 3.5 Km/h
Média Geral2,5 Km/h
Distância total linear11 km
Nº de participantes36