2009-02-14 Trilho da Pedra Alçada

Depois de uma quinzena de fortes chuvadas, marcada por um nível de precipitação sem precedentes na última década, surgiu finalmente um fim-de-semana seco e com previsões soalheiras, o que foi um convite decisivo para a forte afluência a esta actividade.

Apareceram assim 65 companheiros, provenientes dos mais diversos locais, alguns há já uns tempos desaparecidos destas andanças, outros meios trôpegos de tão prolongada paragem, mas todos ávidos de sol e do monte.

Partimos do Vitral pelas 08.30, sendo o ponto de encontro, o largo da igreja de Santo Aginha, onde se nos juntaram alguns companheiros que seguiram directamente para este ponto de partida.

Tomamos o trilho por trás da igreja, que depois de circundar os campos de cultivo, dá início a prolongada subida para a Pedra Alçada.
Ao princípio seguimos o caminho empedrado, passando junto à casa florestal de Santo Aginha, mas um pouco adiante, o Miguel entendeu dar mais um pouco de adrenalina à caminhada, que por sinal estava lentíssima, esquecendo o trilho e começando a subir a direito, pelo meio do mato, levando a trás de si todo o grupo.

O ritmo necessariamente aumentou, provocando o esforço de todos e a reclamação de alguns, menos preparados para estes corta-matos, que puxam sempre um bocado pela máquina, mas que são necessários a quem pratica este desporto.

O Miguel ainda nos acicatou na subida com balidos, como que a fazer-nos crer um rebanho trepando o monte, mas o cansaço começava a chegar para alguns e tivemos que fazer algumas paragens para refazer o grupo.

Chegados ao posto de vigia de Outeiros de Mós, com os seus 736 m de altura, foi tempo da foto de grupo, com fundo para o vale do Âncora, envolto numa névoa matinal, que lhe conferia um aspecto irreal, encimado aqui e ali com colunas de fumo das casas rurais, dispensas pelo vale a nossos pés.

Retemperadas as forças e estômagos, seguimos para o marco da Pedra Alçada, ponto que deu o nome à actividade, que com os seus 742m - ponto mais alto deste percurso.

Mais umas fotos, mais um olhar à volta a desfrutar de toda a paisagem envolvente, mais um conjunto de perguntas para identificar as aldeias circundantes, com o Miguel e o Jorge Mota solicitamente de mapa na mão, a ajudar na identificação possível.

Descemos um pouco na direcção sul, para apreciar a paisagem, tendo depois descido, também a corta-mato, junto a um curso de água, até à chão onde desemboca o bem nosso conhecido trilho dos romeiros, que liga S. Lourenço da Montaria a S. João D’Arga.

Passamos então a seguir esse trilho de peregrinos, nas margens do Regueiro da Fisga, até chegar à Fonte da Telha, com o seu parque de merendas e um pouco adiante o Convento de S. João D’Arga.

Foi nesse local de referência das romarias minhotas, que depois de demorada visita ao adro e quartéis, fizemos a pausa para almoço, junto ao cruzeiro defronte do convento, aproveitando o sol radiante, que nos aqueceu a alma.

Depois descemos o Ribeiro de S. João, cruzamos a ribeira da Conguinha e continuamos até à estrada florestal que liga Santo Aginha ao lugar do Sobral de Arga de Baixo.

Pouca antes desse entroncamento houve o “caso do dia” com uma aborrecida entorse da Silvana, que obrigou a improvisada liteira, com 2 paus, carregados pelo Miguel e Jorge, que a ajudaram a chegar ao estradão e depois à lagoa do Ribeiro de S. João, junto à ponte e moinho, onde pode colocar o tornozelo, já bem inchado, no frio das suas águas.

Face a este imprevistos separamo-nos, tendo eu, em marcha rápida, ido buscar o Land Rover, providencial para estes infelizes eventos, enquanto os restantes calmamente regressaram a Santa Aginha pelo estradão.

Regressei pouco depois à ponte da ribeira de S. João, transportando a desalentada, mas não queixosa Silvana até ao local de partida, recusando os falsos pedidos de boleia dos mais retardatários, já que os percursos pedestres são para ser feitos a pé e não à “pala”.

Mais um pouco e estávamos de novo reunidos no adro de Santo Aginha, onde pudemos ainda apreciar o interior da igreja.
Antes do destroçar, houve ainda a amável oferta de guarda-chuvas, feita pelo Nogueira da Silva, sempre disponível para presentear o grupo com estes mimos, que só espero não necessitar de uso tão cedo, pois chuva este inverno já chega!

José Almeida

Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2009-02-14
Tempo de deslocação04h 04m
Tempo parado02h12m
Deslocação média 3,2 Km/h
Média Geral2,1 Km/h
Distância total linear12.9 km
Nº de participantes65