O ponto de encontro foi em Mozelos, junto ao belo santuário de N.ª Sr.ª da Pena, padroeira de Paredes de Coura.
Partimos para o alto da Giesteira, conjunto de blocos graníticos, onde se situa a Pia dos Quatro abades, singela pia que assinala os limites das freguesias de de Formariz, Mozelos, Ferreira e Padornelo, e o marco geodésico da Giesteira, onde tiramos a foto de grupo, apreciamos a paisagem em redor e pudemos constatar vestígios de uma fortificação castreja.
Descemos de seguida para o lugar de Venade, da freguesia de Ferreira, entre campos cercados com muros de pedra solta que delimitam áreas de pastagem que, na Primavera e Verão, dão lugar a campos de milho.
Passado um curioso núcleo rural, continuamos, por entre os campos, até à capela de Nª Sr.ª da Conceição, anexa à Casa dos Anjos.
Trata-se do conjunto de uma casa rural apalaçada e de uma capela com devoção a Nª Sr.ª da Conceição, mandados erigir em 1736 por Frutuoso Alves Ferreira e embora só nos fosse possível uma vista fugaz ao interior, sabemo-lo de rico barroco, com pintura da abóbada e altar de magnífica talha dourada.
Continuamos na direcção de Porreiras, e depois de termos esperado pelo Ernesto e outros retardatários, que se demoraram numa “venda”, lá fomos até à Capela de Santa Ana, onde fizemos uma breve pausa, para retemperar forças e apreciar a vista para a capela de S. Silvestre, lá no alto, tendo ao fundo o nosso ainda distante destino – o alto de Lagoas, com o seu parque eólico.
Chegados ao Baixo dos Moinhos, algumas dúvidas sobre o caminho a tomar. Valeu-nos o Sr. António Barbosa, que com os seus 78 anos, teve a amabilidade e pernas para nos acompanhar pelas Bouças do Porto Rabel até ao estradão que sobe para Lagoas.
Era já perto da hora de almoço, pelo que não nos acompanhou ao alto, mas mostrou a disponibilidade e simpatia, sempre presente nestas gentes de Coura.
A subida pela Chã dos Cubos foi dura e longa, mas pelas 13.00 lá chegamos ao alto, ao marco geodésico de Lagoas (782m), onde fizemos a pausa para almoço, num cenário grandioso, contemplando os vales do Coura, do Minho e divisando ao longe as terras da Galícia.
O tempo estava quente, limpo e sem vento, pelo que foi um momento único, temperado com os “comes” e alguns “bebes” de qualidade, que sempre aparecem nestas ocasiões.
Depois descemos para a Chã das Pipas, cruzamos o ribeiro dos Grilos e continuamos a descida ao longo do Ribeiro das Cruzes, cruzando uma vasta zona de pastoreio para garranos e gado bovino. Um pouco adiante cruzamos um conjunto de moinhos em cascata, alguns deles em perfeito estado de funcionamento e notável recuperação.
Regressamos a Porreiras, cujo nome poderá advir de terra cultivada de alhos porros (também denominados por “porrêtas”) ou da corrupção de “por eiras”, pois esta freguesia pagava uma pensão ao convento da freguesia valenciana de Ganfei, cuja cobrança era executada “por eiras”.
Depois de agrupados fomos conhecer a capela Sr.ª do Pilar e uma pausa para abastecimento de água no lavadouro público, existente defronte, antes de ganhar coragem para continuar para a Eira Comunitária.
Trata-se de um interessante conjunto de tradicionais canastros ou espigueiros, que conseguiram resistir incólumes ao abandono agrícola e ao despovoamento do meio rural, tendo agora sido recuperados ao seu esplendor primitivo.
Local de eleição para algumas fotos porreiras dos “Porreiros” em Porreiras.
Um pouco adiante surge um café e foi a debandada geral. Bem avisamos que o percurso ainda não tinha acabado, que ainda faltavam uns quilómetros, que era melhor continuar e parar só no fim, mas a sede era muita e fizeram ouvidos moucos.
Foi difícil e tardio o arranque, com o sol já baixo e pressa no andar.
As marcações do trilho é que não colaboravam e acabamos por as perder, já na parte final, com a Giesteira à vista.
Algum tempo perdido com a escolha do caminho, levou a que alguns optassem por um carreiro a pique que subia até ao alto da Giesteira, tendo os restantes torneado a elevação, regressando a meia encosta à Senhora da Pena.
Cabe aqui um reparo ao estado da marcação dos trilhos da Pia dos 4 Abades e do Pastor, que se encontra bastante degradada e defeituosa, dificultando o seguimento dos percursos, mesmo a quem já está muito batido nestas andanças.
Fomos por fim até ao decrépito miradouro da Pena, que apresenta sinais de grande degradação e desleixo, o que é uma lástima, pois é um dos pontos de maior atracção turística do concelho.
Daí fizemos a panorâmica do percurso efectuado, vendo ao fundo as torres eólicas de Lagoas e as aldeias circundantes, tendo então a percepção completa dos longos e duros 23 quilómetros percorridos. Foi obra…
Foi já com o sol a esconder-se no horizonte, que fizemos uma breve visita à capela da Nossa Senhora da Pena, concluindo o dia mirando o Vale do Coura e a vila de Paredes de Coura, a nossos pés.
José Almeida
Vianatrilhos
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2008-10-25 |
Tempo de deslocação | 06h 05m |
Tempo parado | 02h 33m |
Deslocação média | 3,8 Km/h |
Média Geral | 2,7 Km/h |
Distância total linear | 23.3 km |
Nº de participantes | 26 |