Esta actividade, que serviu de prólogo à época de 2008/2008, serviu de pretexto para um passeio pela zona oeste da cidade de Viana do Castelo.
Levou-nos através de Monserrate, freguesia urbana do centro da cidade de Viana do Castelo, que congrega a existência de diversos monumentos de apreciável valor arquitectónico, com uma típica zona residencial de pescadores e marítimos, de estreitas ruas, vielas e becos, casas humildes e asseadas, onde se vislumbram traços de um modo de vida, que deu ser a esta cidade.
Interessante foi a visita às instalações do secular jornal bissemanário “A Aurora do Lima”, onde o seu proprietário e director – Dr. Bernardo Barbosa, teve a gentileza de nos receber, fazendo uma resenha do rico interesse histórico deste prestigioso jornal, cuja fundação remonta ao ano de 1855, mostrando-nos de seguida o processo de fabrico do actual jornal, bem como as máquinas utilizadas em épocas passadas, que são importante espólio da sua actividade.
O almoço foi no “Valentim”, que confirmou a sua boa cozinha, apresentando-nos uma “chorinha” - sopa usada nos mares da Groenlândia pelos nossos pescadores das Terras do Bacalhau, seguida de uma excelente “caldeirada de peixe”, com só ele sabe.
Foi um agradável momento de convívio completado pelo interesse gastronómico, com pratos típicos desta região, feitos por que sabe fazer e servir.
O fim da tarde foi aproveitado numa visita ao navio hospital Gil Eanes, visitando demoradamente o seu interior, ainda rico do espólio de navio-hospital, revolucionário para a época e indispensável barco de apoio à pesca do bacalhau.
Até deu para fazer uma simulação da entrada da barra, tendo o Celso completado com sucesso essa manobra arriscada, demonstrando uma perícia notável, perante a observação atenta do instrutor e do grupo.
José Almeida
Vianatrilhos
Trilharam os corredores d'AURORA no passado Sábado, 13, pelas 11 da manha, e por cá andaram, escada abaixo, escada acima, ate ao meio-dia, a procurarem ver como se faz este periódico. Eram perto de 30, entre "meninos e meninas", e tiveram o condão de mobilizar o director e o director-adjunto para os guiarem, sendo para ambos uma honra por, desta vez, o esforço não ter sido grande em tentar "mostrar" mais de 150 anos de história e estórias de memórias, a mistura com alegrias e também algumas tristezas, mas que o dever ético continua a impor. No final, depois da foto em grupo, lá foram "trilhar os dentes" para o almoço que os esperava, não sem antes terem calcorreado metade de Monserrate para abrir o apetite, deixando a outra metade para depois do almoço, facilitando a digestão.
in: Aurora do Lima - Ano 153 - Número 64 de 19 de Setembro de 2008
Porque será que nós temos
Na frente, aos montes, aos molhos
Tantas coisas que não vemos
Nem mesmo perto dos olhos?
António Aleixo
Vila desde 1258 e cidade desde 1848, o povoamento de Viana remonta ao paleolítico inferior. Era um aglomerado agro-piscatório, descendente dos povoados castrejos dos montes circundantes, particularmente de Santa Luzia, onde se conservam restos de um castro, romanizado e ocupado pelo menos até ao século IV.
O comércio a longa distância veio permitir a formação de riquezas nos séculos XIV e XV, e a sociedade vianense altera-se: os mareantes são substituídos por uma oligarquia mercantil associada ao comércio do sal, tabaco, panos, velas sabão, vinho, azeite, açúcar e bacalhau.
A partir do século XV Viana encontra a sua identidade no mosaico nacional de povoações ribeirinhas: é uma terra de mareantes. Da barra vianense saíram soldados e marinheiros para as campanhas de África, povoadores para África, Açores, Madeira, Terra Nova e Brasil, e navegadores e descobridores que fizeram uma das páginas da História dos Descobrimentos.
Com os Descobrimentos, Viana desenvolve-se também. Mantendo relações comerciais desde longa data com as nações ribeirinhas europeias (onde se destacam os portos da Galiza, França, Inglaterra e Irlanda) vai passar a fazer a ligação à Europa do Norte, Açores, Madeira e Brasil. O montante das exportações e importações que se movimentaram no porto de Viana, durante os séculos XV a XVII, terá sido significativo porquanto o lançaram no grupo dos principais portos nacionais.
A frota vianesa contava cerca de setenta navios, entre galeões e outras naus menores. A sua construção fazia-se com pinho, cortado em Janeiro e enterrado durante um ano. Em 1521, João Álvares Fagundes visita a Terra Nova e tenta fixar-se, com um núcleo de gente vianesa; outro, Pêro Tourinho, desfez-se de todos os bens para armar uma pequena frota e partir para o litoral brasileiro (1534 – 1553), tomando conta de uma das capitanias concedidas por D. João III 8ª de Porto Seguro).
Pela sua épica resistência às tropas da Patuleia, D. Maria II elevou Viana a cidade, por carta régia de 20 de Janeiro de 1848, afectando-lhe ao nome o monumento mais simbólico do passado e do seu valor: Viana da Foz do Lima passou, definitivamente, a Viana do Castelo.
cm-viana-castelo.pt
O arcebispo D. Afonso Furtado de Mendonça fundou a paróquia de Nossa Senhora de Monserrate, filial da Colegiada de Santa Maria Maior, em 23 de Janeiro de 1621. A igreja paroquial situava-se no lugar, onde hoje é o largo 9 de Abril, e fora construída de raiz, fora das muralhas, no ano de 1601.
Nos finais de 1835, o Governador Civil de Viana do Castelo promoveu a transferência da paróquia para o convento de São Domingos, alegando que a igreja se encontrava já muito deteriorada. Obteve também autorização da Câmara Municipal e do Conselho do Distrito para demolir o templo, ganhando assim, “um excelente campo fronteiro aos Quartéis Militares, para o exercício da tropa”. Por portaria de 1836, a 20 de Abril, a sede desta paróquia foi transferida para a igreja do convento de São Domingos, extinto em 1834.
No dia 5 de Julho desse ano, mudou-se a pia baptismal para a Igreja de São Domingos e, no dia 10 desse mês, foi levado o resto do recheio, em procissão solene. A demolição da igreja de Monserrate, porém, teve lugar 80 anos depois, em 1916, não obstante a forte corrente de opinião pública, que ao tempo se manifestara.
Orago: N. Sra. de Monserrate
População: 6.267 habitantes
Área geográfica: 2,07 Km2
Gastronomia: Caldeirada de Peixe; Arroz de Peixe
Retirado de freguesiasdeportugal.com
Bem-vindo a Monserrate, freguesia de Viana do Castelo, cidade de luz, cor e som, mergulhada num imaginário simultaneamente real e sobrenatural, da festa e da romaria, do labor e do amor…
A cidade espraia-se entre o rio, o monte e o mar, recortada por um rendilhado geométrico urbano de traça inconfundível assente em paisagens deslumbrantes, pelos seus vales, serras e rios, onde tudo em si é cor, tudo em si é amor…
Visitar a cidade é percorrer um quadro vivo de História e de histórias; é o sentir das gentes, da alma de um povo nobre e aventureiro virado para o mar, a quem também deu novos mundos ao Mundo; é o sentir das tradições, da cultura da arte, um sem fim de emoções; é sentir amor… Não chega apenas falar, é preciso olhar, cheirar, sentir, provar e tocar, para compreender realmente o que nos rodeia. Uma visita torna-se assim um desígnio, quase uma obrigação.
Monserrate, zona típica da cidade, situada junto ao porto de mar, as suas ruas repletas de casas humildes que antigamente alojavam, na sua maior parte, pescadores e marítimos, constituem ainda hoje no seu conjunto, um”bairro residencial com características muito peculiares pelas suas posturas e hábitos que, transmitidas, de geração em geração, conferem uma maneira de ser muito própria aos seus habitantes.
Freguesia urbana próximo do coração da cidade, tendo recebido recentemente várias intervenções urbanísticas, é Monserrate um centro vital da cidade. Calcorrear os seus caminhos é viver cada pedaço da sua História, em cada rua, em cada casa, em cada pedra. Pedra essa do mais robusto granito, robusto como as gentes, e com um brilho peculiar, o mesmo brilho do olhar, do olhar de frente desta gente, da vibrante paixão que ela sente
…Viana é AMOR.
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2008-09-13 |
Distância total linear | 9.0 km |
Nº de participantes | 30 |