2006-09-23 Pelas Margens do Rio Âncora

Margens do Rio Âncora
Distância percorrida: 15 Km
Participantes: 15

Depois de uma noite de temporal, a manhã apareceu sombria e nada convidativa para a primeira caminhada da nova época, todavia a vontade de recomeçar dos cerca de 15 caminheiros era muito grande.

O local escolhido foi o vale do rio Âncora.

Iniciamos o percurso junto da Ponte de Sains, seguindo ao longo do ribeiro de Gondar, caminhando por entre denso arvoredo até se atingir num bucólico lugar a velha Ponte Nova de um só arco em xisto, agora já recuperada escondendo um antigo moinho.

 

Por baixo da Ponte Nova
Andam trutas a nadar
Por baixo do burro anda
Quem se ri do meu cantar
(Rosinha de Orbacém-cantadeira…e poeta)

 

Atravessada a ponte logo surgiu um imponente sobreiro que nos anunciava Orbacém e os lugares de Cabanas e Roma, escondidos das vias principais e enquadrados por belas paisagens, com seus campos de cultivo, belas moradias em xisto recuperadas por “gente de fora”.

Por entre campos e caminhos de água ladeados de muros com o Âncora sempre ao nosso lado, tivemos de cruzar um pequeno ribeiro engrossado pela enxurrada, descendo em direcção do Pincho, local onde pudemos admirar as suas belas quedas de água que no verão fazem a delicia de muita gente. A chuva voltou a por à prova o grupo, que continuou por entre vegetação aqui e ali com marcas de recentes incêndios, atingindo-se no lugar de Trás-Âncora nova queda de água, local em que se teria de atravessar o rio, no que fomos impedidos pelo seu caudal, sendo obrigados a um pequeno desvio pelo alcatrão.

De regresso junto ao rio continuamos subindo-o, vendo-o mais abaixo saltitando por entre penedia aqui e ali originando belas cascatas onde pudemos observar um grupo que devidamente equipados o ia descendo com cordas.

Acompanhamos depois uma levada com alguns moinhos já em ruínas, cruzamos um pequeno pontão caminho de Santiago devidamente sinalizado a amarelo, já bem perto do parque de merendas de S. Lourenço da Montaria que vale a pena visitar nesta altura do ano, regressando ao local do pontão onde sob acolhedores raios solares fizemos o merecido reabastecimento, oportunidade também para colocar as conversas em dia e fazer pequenas sonecas. Na hora de reiniciarmos o percurso foi notória a atrapalhação de um companheiro que lhe tinham desaparecido as botas.

Empreendemos o regresso seguindo a levada de água que nos conduziu ao seu destino nos moinhos de Espantar, belos exemplares ainda em pleno funcionamento, e após breve caminhar sobre o alcatrão, seguimos por entre campos murados, decorados com oliveiras e vinhas ainda sem vindimar sujeitas à prova do grupo. Após um breve corta-mato chegamos ao lugar da “Ferida Má” no Pincho onde pudemos admirar uma bela queda de água, mas onde o cuidado deve ser redobrado pois que um descuido pode ser preocupante. Neste local será de lamentar o lixo acumulado da época balnear, sendo pena que as entidades responsáveis ainda não tenham procedido à sua recolha.

A chuva voltou por breves minutos mas só serviu para atenuar um pouco o calor que se sentia.

Mais abaixo chegamos à Ponte de Tourim, românica de um só arco, que foi caminho de Santiago. Consta que aqui se praticavam “baptizados da Meia-Noite” para afastar os maus olhados que pairavam sobre as mulheres de parto difícil.

Seguindo a velha calçada, que foi caminho de legiões, sempre com o rio bem perto, cruzamos o mesmo numa ponte no lugar de Cancelas, belo local em que existe um recente parque de merendas, e seguimos através da margem contrária até chegarmos novamente à Ponte de Sains com as suas alminhas na beira da estrada. Aqui após breve descanso, regressamos aos nossos destinos.

Como nota final não podemos deixar de saudar o regresso do caminheiro Armando que após um período menos bom está de regresso ás lides.

Até ao próximo, não faltes

Miguel Moreira

Vianatrilhos

Dados do percurso

Informação sobre os aspetos mais significativos:

Data2006-09-23
Distância total linear13.5 km
Nº de participantes15