Recomeçamos junto à Catedral de Santa Maria de Tui, ponto obrigatório do Caminho Português na Galiza.
O Caminho Português continuou pela Rua das Monxas, à sombra dos muros do convento das Clarisias (séc.XVIII). A rota passa pelo Túnel das Monxas, descendo umas escadas, chega à praça onde estava a Porta Bergana, outrora um dos acessos à cidade medieval.
Deixando para trás esta porta evocada, continuamos pelas ruas Obispo Lago e Antero Rubín, até à igreja de Santo Domingo de Tui, construída com as características próprias do gótico.
As ruas de Antonio Valiño e de San Bartolomé conduzem até à igreja românica de San Bartolomé de Rebordáns. Foi construído como templo monástico nos finais do século XI e conta com planta de três naves. Neste antigo convento encontrou hospitalidade, nos princípios do séc.XII, o prelado compostelano Diego Gelmírez quando transladava as relíquias de Braga para a catedral de Santiago.
Foi na sua traseira, em encantador jardim, que pudemos admirar uma paisagem singular de Tui e Valença debruçadas sobre o Rio Minho.
Deixando para trás esta jóia do Caminho Português, a rota decorre pela estrada até à capela de la Virxe del Camiño. Desde este ponto, a estrada local de Paredes de Abaixo conduz até à evocadora Puente de San Telmo, chamada Ponte das Febres.
Continuando muito perto da igreja de Santa Columba de Ribadelouro, o caminho passa a ponte de Orrbenlle.
Deixando a poente las Gándaras de Budiño, atravessam o polígono industrial do Porriño, aproveitando um antigo trilho que decorre por cotas mais baixas.
Depois dessa recta interminável, que pôs em questão a nossa resistência física e psicológica, cruzamos o caminho de ferro e a auto-estrada seguindo, mais um troço de estrada na direcção de Porriño.
Aí chegados, depois de apreciar as suas ruas principais, acabamos por fazer a pausa para almoço no largo da Capela do Cristo, sob a espessa copa das árvores, onde retemperamos as forças para a tarde, que se adivinhava bem mais quente.
E depois dos comes e bebes e do alegre convívio entre os presentes, lá fomos, pela berma da estrada e caminhos secundários, na direcção de Mós, onde apreciamos a Igreja, a casa dos peregrinos e o Palácio, para depois empreender a penosamente longa subida dos Cabaleiros.
Por Enxertade, com o vale a nascente, chega-se finalmente à capela de Santiaguinho de Antas, um lugar aprazível onde fizemos um breve descanso.
Logo depois, passando pelo miliário romano de Vilar de Enfesta ou Saxamonde, começamos a vertiginosa descida da Chan das Pipas, na direcção de Redondela, onde entramos junto ao Convento de Vilavella.
Em Redondela mais uma breve paragem, à espera dos retardatários que tardavam, para acabar depois em grupo no Albergue de Peregrinos, situado num edifício histórico do século XVI denominado “Casa da Torre”, que é um dos principais marcos do Caminho Português.
Mais uma carimbadela, mais umas fotografias individuais e de grupo, mais uma paragem para “verter águas”, mais uma ocasião de descanso.
Mais uma difícil partida, agora apenas para um curto troço, que nos levou até à de Ermida das Angústias, onde o autocarro nos foi buscar.
Foi um dia intenso e bem difícil, mas o moral estava forte e ficamos todos clientes para a próxima.
José Almeida
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2004-04-24 |
Tempo de deslocação | 07h 11m |
Tempo parado | 02h 05m |
Deslocação média | 4,9 Km/h |
Média Geral | 3,8 Km/h |
Distância total linear | 33.7 km |
Nº de participantes | 37 |