O percurso foi realizado na zona mais ocidental da Serra da Peneda.
O início deste percurso fez-se no lugar de Padrão, pequeno povoado encavalitado nas encostas da serra, na proximidade de Sistelo.
Depois da foto do grupo tirada no cruzeiro do lugar, começamos a subida por uma inclinada calçada, na direcção da Branda do Alhal, com os seus bem conservados cortelhos rectangulares, ainda hoje utilizada no cultivo e criação de gado do lugar de Padrão.
Foi aí que partilhamos o farnel a tivemos uma pausa para retemperar as forças e apreciar as curiosa construções de lavoura, ainda hoje utlizadas pelos locais nas altes da agricultura e pastoreio.
Continuamos depois pela direita na direcção da Branbda da Gémea. Essa é uma das mais interessantes e bem conservadas brandas da peneda, com os curiosos "cortelhos" circulares, com as suas abóboda redondas, alguns deles com dois pisos.
No regresso passamos ainda pela Branda do Barragal.
José Almeida
Padrão e Porta Cova são pequenos lugares serranos pertencentes à freguesia de Sistelo, situados num patamar a meia encosta da Serra da Peneda, e em que a mão do homem foi erguendo ao longo do temo grandioso monumento de campos em soclacos, que nascendo do fundo do vale do rio Vez, vão subindo ao longo da encosta, tendo a sua origem sido a partir da revolução da cultura do milho
Nesta zona poderemos ver do melhor que existe em regadio praticado a partir do aproveitamento da água de nascentes, situadas muitas vezes nas áreas montanhosas, sendo essas águas aproveitadas da melhor forma.
Em terrenos situados acima dos 300 m, na dependência da exposição e armação dos socalcos, que correspondem ao investimento desmedido de trabalho, cosente-se ainda a cultura do milho e a produção de bons fenos. Mas tal sistema não irá alem dos 1000 m a 1200 m, com centeio nas brandas, onde mais recentemente tem sido cultivada também a batata.Até aos 1416 m expande-se a montanha, com toda a sua grandiosidade, que somente o pastoreio de gado ovino e caprino valoriza. Ainda se encontra porem o "gado do vento" bovino e garranos lançados à sua sorte, que enfrentam o lobo formando círculo, com as crias lá dentro. As vacas defendem-se à marrada e as éguas a coice. Nenhum dos lados leva sempre a melhor. É a batalha sem fim dos que precisam de comer para viver, contre os que só vivem quando não são devorados.
Em diferentes pontos da serra o pastoreio obrigou à instalação de currais na altitude. Era muito vasto o espaço onde o gado era lançado "ao vento" dando lugar a capturas estacionais do que a natureza criava.
Assim os abrigos que aparecem nos pontos mais elevados da serra destinam-se a proteger o pastor incluindo por vezes, o pequeno rebanho à sua guarda.Este tipo de construção caracteriza-se sobretudo pela utilização como curral do gado miúdo. É um recinto essencialmente fechado onde o rebanho pernoita em segurança. Além disso, destacam-se pela sua planta circular ou quadrada com remate superior em forma de abóbada. Os pastores servem-se destes abrigos, para pernoitarem neles durante o tempo que passam de Maio a Outubro vigiando o pastoreio.
Nesta zona são ainda praticados ao longo da serra as queimadas para que o renovo dos matos se preste a melhor pastoreio.
Assim ningém que visite a serra da Peneda e a percorra fica indiferente à sedução das obras que o homem ali talhou nas fragas para servir as suas necessidades.
Os textos apresentados foram recolhidos em obras diversas
Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2002-02-16 |
Distância total | 14 km |
Nº de participantes | 20 |