Partimos da aldeia de S. Lourenço da Montaria, na rota dos moinhos da Montaria, dos quais apreciamos vários belos exemplares, agora melhor cuidados.
Caminhamos depois pela estrada florestal do Cerquido, de onde saímos passados poucos metros pela esquerda, por uma antiga calçada, tendo sempre por cima, lá no alto, a Sr.ª do Minho.
A meio caminho visitamos a pequena ermida de Stª Justa, admirável miradouro do Vale do Lima, local em que a 19 de Julho concorre muito povo em romaria, para fazer a oferenda de frangos e frangas brancas, para evitar a esterilidade feminina.
Depois de breve paragem, continuamos, para atingirmos depois o lugar do Cerquido, local de antigas minas onde labutaram gerações.
Aí subimos penosamente uma inclinada ladeira na direcção da Sª do Minho.
Uma hora depois atingimos a Chã Grande, junto às antenas de telecomunicações, entroncando anteriormente junto ao Alto do Espinheiro, junto ao trilho que vem de Arga de Cima, já nosso conhecido de anterior marcha.
Fizemos a pausa para almoço no interior da nova igreja em construção, que nos protegeu do frio e chuva que então teimava em não parar. Neste local procedeu-se também ao baptismo de três novos caminheiros, confirmando assim a capacidade, de que fizeram prova, para continuar a pratica desta modalidade.
Depois do solene ritual, procedemos ao regresso pela estrada de alcatrão, até junto da casa florestal, local onde tomamos o trilho à esquerda, descendo cuidadosamente a Encosta do Curral, até S. Lourenço da Montaria, seguindo sempre o trilho assinalado.
A actividade teve o seu termino em Ponte de Lima, em alegre convívio, acompanhado de petiscos e vinho.
Miguel Moreira
Amigos da Chão
No passado dia 14 de Outubro deu-se inicio a nova temporada de Caminhadas, cujo plano de actividades para 2000/2001 está traçado.
Desta vez, os caminheiros, depois de partirem de Carreço, fizeram uma paragem junto ao Café Vitral e as viaturas logo se dirigiram para S. Lourenço da Montaria, freguesia e concelho de Viana do Castelo, situada nas fraldas da Serra d' Arga. Povoação serrana que preserva o meio ambiente natural como enorme riqueza!
Do pacato centro da aldeia tomou-se o trilho em direcção à Ermida de Santa Justa, onde se realiza uma romaria anual, sempre no domingo a seguir ao dia 17 de Julho.
0 percurso é a meia-encosta, sendo a panorâmica, à vista desarmada, verdadeiro quadro pictórico manchado de verde, sem contar com as passagens por fontes e zonas sombreadas, sempre com a Senhora do Minho, lá no alto, em constante vigia. Todos os caminheiros se sentiam protegidos, enquanto iam calcorreando por uma calcada centenária.
Na Ermida de Santa Justa foi o descanso intervalar, admirável ponto de contemplação, autêntico miradouro perdido no Vale do Lima.
Do Cerquido veio a seguir, terra onde o azevinho é mato e o pastoreio comunitário.
Foi agradável para todos ver dezenas de cabras, cabritas e cabritos, saírem daqui e dacolá, dos currais e juntarem-se todos, como manda o seu espirito gregário, em direcção à Serra. Todos queriam gravar, pintar, fotografar e recordar aquele momento, mas foi tudo muito rápido.
Do Cerquido até à Senhora do Minho foi a parte mais dolorosa do percurso, sempre a meia-encosta e a ansiedade de um almoço a cheirar a cabrito, à moda da Serra d' Arga, foi miragem no deserto.
Neste local a que se dá o nome de Bretial, ponto mais alto da Serra d' Arga, com 798 metros de altitude, venera-se a Senhora do Minho, Senhora vestida à lavradeira, cuja festa religiosa se realiza anualmente no último domingo de Julho.
Desceu-se pela encosta abaixo, depois de uma caminhada feita a meia-encosta.
Luís Gonsalves
SIRC - Amigos da Chão
S. Lourenço da Montaria é uma freguesia do concelho de Viana do Castelo situada nas faldas da Serra d'Arga e afastada da sede do concelho.
Esta localização muito particular, formou-lhe um carácter serrano e independente que se materializou em muitos vestígios materiais, aparentemente insignificantes, mas que são o resultado de uma notável adequação do Homem às possibilidades que o Meio Natural lhe dá, usando e respeitando os recursos naturais.
É assim que a arquitectura que combina o xisto com o granito , os socalcos, que permitem a agricultura nas encostas, os velhos caminhos dos pastores, ou os canais de água para rega e para os moinhos são parte fundamental desta vivência.
Aqui os moinhos de água, estando sempre presentes na paisagem, são verdadeiros testemunhos desta perfeita adequação entre o Homem e o Meio Ambiente, pelo uso, como energia renovável e não poluente.
Estes moinhos são símbolos de funcionamento comunitário, com regras e modos de agir muito próprios e de eficácia,atestada pela sua duração.
Apesar de estarmos a falar de pequenas construções, o seu elevado número, bem como a engenharia com que a água (por vezes escassa e / ou distante) é armazenada, conduzida, distribuída e aproveitada, torna-os em verdadeiros monumentos, como a Carta de Veneza os consagra.
Ao percorrer estes espaços vamos também cruzar diferentes ambientes naturais, desde a vegetação rasteira de altitude, onde os rebanhos pastam e as abelhas se alimentam de urze e giesta, à mais viva e fresca junto aos ribeiros, de carvalhos e sobreiros, ou aos espaços cultivados, com as latadas sobre os caminhos a prometer um vinho fresco no final.
São estes testemunhos que nos vão ajudar numa leitura correcta do carácter da Montaria, na sua originalidade e especificidade.
1 - Adelha 2 - Quelha 3 - Caneleiro 4 - Mó 5 - Pedra da Mó 6 - Veio 7 - Aliviadouro 8 - Penas 9 - Rodízio 10 - Espigão 11 - Urreiro 12 - Seteira 13 - Grelha 14 - Levada |
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Informação sobre os aspetos mais significativos:
Data | 2000-10-14 |
Distância total | 20 km |
Nº de participantes | 34 |